Diferentemente da Caixa Econômica que deve anunciar oficialmente diminuição da sua taxa nesta quinta, para quem quer um imóvel em bancos privados vai encontrar percentuais mais altosDivulgação

A redução dos juros do financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal, que deverá ser anunciada oficialmente nesta quinta-feira, vai nadar contra a maré dos bancos que fizeram reajustes em suas taxas de crédito habitacional. Recentemente, por conta da alta da Selic, taxa básica de juros do país, que está em 5,25% ao ano, as instituições financeiras decidiram aumentar os percentuais. 
O Banco Itaú, fez, nesta quarta-feira, 15, duas mudanças em suas taxas para novos contratos de crédito imobiliário. Para novas contratações, o banco fará um ajuste na taxa do "Crédito Imobiliário Tradicional", que deixará de ser a partir de 7,30% ao ano mais TR e será a partir de 8,30% ao ano mais TR. O banco reforça que os contratos vigentes não sofrerão alterações.
Por outro lado, há a redução na taxa fixa do "Crédito Imobiliário com Juros da Poupança", passando de 3,45% ao ano para a partir de 2,99% ao ano (valor que é somado ao índice de rendimento da poupança, que varia de acordo com a Selic).
O Banco do Brasil afirmou que as taxas partem agora de 6,85% a.a. + TR e variam conforme perfil do cliente, prazo do financiamento e relacionamento com o banco. Além disso, financia até 80% para imóveis residenciais e comerciais, valor mínimo de financiamento: R$ 20 mil, concede o "mês-pula", que pode escolher um mês por ano sem cobrança da parcela, que é diluída ao longo do cronograma da operação, até 180 dias para o pagamento da primeira parcela de capital e prazo de até 360 meses, sendo que quanto menor o prazo do financiamento, menor a taxa de juros.
"O Banco do Brasil monitora e avalia permanentemente os fundamentos do mercado e a concorrência, sempre no propósito de estabelecer sua política de preços em condições competitivas. Os clientes do BB podem contratar financiamento imobiliário pelo celular ou internet, com apoio de especialistas, garantindo assim conveniência e agilidade", afirmou o BB, em nota.
O Santander subiu em um ponto percentual, com isso a taxa que era a partir de 7.99% aa + TR foi para 8.99% aa + TR. A instituição informou apenas que está atento ao mercado e ao cenário econômico do país. "Fomos o primeiro Banco a baixar as taxas quando adequado, e também entendemos a necessidade de ajustar as taxas nesse momento de alta da SELIC e da curva futura dos juros", afirmou, em nota. 
Financiamento imobiliário da Caixa
Na segunda-feira, 13, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que vai reduzir a taxa de juros para financiamento imobiliário. Atualmente, a carteira de crédito habitacional da Caixa soma um volume R$ 528,9 bilhões, o que representa 67,3% de todo o financiamento imobiliário concedido no país.
"A Caixa vai reduzir os juros. Não tá aumentando a Selic? Então, a Caixa Econômica Federal, com um lucro que nunca teve, sem roubar, vai diminuir os juros da casa própria. Mas isso fica para quinta-feira", afirmou Guimarães durante cerimônia, no Palácio do Planalto, para lançamento do programa habitacional voltado a profissionais da segurança pública.
Ainda que os detalhes da próxima redução ainda não tenham sido anunciados, desde 2018, o banco reduziu em 2,5 pontos percentuais a taxa de juros para a modalidade de crédito indexada pela Taxa Referencial (TR). Para facilitar o entendimento sobre este cenário, o economista Alexandre Espírito Santo fez uma simulação exemplificando de quanto seria o desconto, na prática, para um financiamento que sofreu uma redução como essa:
"Vamos usar como exemplo um financiamento de R$ 500 mil, com de prazo de 20 anos na modalidade SAC. Se a taxa de juros for de 6,25% ao ano para 3,75% ao ano, dá uma diferença no final de R$ 120 mil em juros", explicou.
Atualmente, o banco oferece quatro modalidades de financiamento habitacional com dois fatores de correção diferentes: TR e IPCA. Eles atualizam mensalmente o saldo devedor na data de vencimento das prestações e os juros variam em razão do perfil do cliente e de seu relacionamento com o banco. As possibilidades de financiamento pela Caixa são as seguintes:
Crédito Imobiliário com TR

Nesta modalidade, é possível financiar o imóvel utilizando a Taxa Referencial (TR) como fator de atualização do saldo devedor do seu contrato. É a modalidade mais tradicional do mercado, com taxas de juros que variam entre TR + 7,00% a.a. e TR + 8,00%.

Crédito Imobiliário com Taxa de Juros Fixa

O cliente também pode financiar seu imóvel com uma taxa de juros fixa. É uma alternativa para o cliente que busca financiar seu imóvel sabendo quanto vai pagar da primeira à última prestação. As taxas de juros variam entre 8,25% a.a. e 9,75% a.a.

Crédito Imobiliário com IPCA

Também é possível financiar o imóvel utilizando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como fator de atualização do saldo devedor do seu contrato. As taxas de juros variam entre IPCA + 3,55% a IPCA + 4,95% a.a.

Crédito Imobiliário Poupança Caixa

Nesta modalidade, o cliente pode financiar seu imóvel residencial com uma taxa de juros que acompanha o rendimento da Poupança, acrescido de uma taxa fixa que varia conforme seu perfil. Nesses casos, a TR corrige o saldo devedor dos contratos, não compondo a remuneração de juros cobrados mensalmente.
As taxas de juros são compostas de variação do índice da Poupança Caixa + parte fixa que varia de 3,35% a 3,99% ao ano, com um teto caso o rendimento da poupança suba.
A variação da poupança é calculada da seguinte forma: 70% da Selic, quando a taxa for igual ou menor que 8,5% a.a. ou 6,17% ao ano, quando a taxa Selic for superior a 8,5% a.a. O teto, caso ocorra aumento da Taxa Selic, cujo índice norteia o rendimento da Poupança, é de 10,16%.