Tanto salário mínimo quanto teto do INSS não terão aumento realDivulgação

Após o Ministério da Economia informar, por meio da Secretaria de Política Econômica (SPE), que o salário mínimo deve aumentar para R$ 1.192,40 em 2022, o teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também sofreu revisão novamente. Dessa forma, o valor máximo do instituto pago para as aposentadorias pode subir para 6.973,99. 
Nesta quinta-feira, a pasta divulgou que, após a elevação da estimativa de alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 6,2% para 8,4% neste ano, a previsão do salário mínimo deve aumentar novamente. Isso porque o valor é corrigido com base no INPC anualmente, conforme estabelece a Constituição. O índice considera a inflação das famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos.
Cerca de 50 milhões de brasileiros, entre eles 24 milhões de beneficiários do INSS, têm o mínimo como referência de renda mensal, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Anteriormente, ao apresentar a proposta de lei orçamentária anual (PLOA) para o ano que vem, o governo federal tinha previsto que o mínimo ficaria em R$ 1.169, R$ 69 a mais do que o valor atual de R$ 1.100. No entanto, pela nova projeção, o pagamento deve aumentar mais R$ 23,40, totalizando os R$ 1.192,40.
Com o mesmo índice de reajuste, o teto do INSS passaria dos atuais R$ 6.433,57 para R$ 6.973,99. Na projeção anterior, com o salário mínimo divulgado em agosto que seria de R$ 1.169, o teto passaria para R$ 6.832,45.
Além disso, o teto do INSS é utilizado como referência para calcular o maior valor da contribuição paga por trabalhadores ao INSS, chamado como teto de contribuição. 
Reajuste neste ano
Neste ano, o reajuste do salário mínimo para R$ 1.100 não foi compatível à inflação registrada em 2020. Enquanto o governo aplicou um aumento de 5,26%, o INPC fechou o ano em 5,45%. Logo, o valor corrigido deveria ter sido de R$ 1.101,95.
Caso o mínimo seja corrigido somente pela inflação, como prevê o Orçamento do próximo ano, os consumidores não terão um ganho real de salário. Isso, porque além do aumento na renda, os itens de consumo também sofrem com a alta, então o poder de compra do brasileiro acaba permanecendo igual.
Vale lembrar que o índice final aplicado nas aposentadorias do INSS só será conhecido em janeiro do ano que vem, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o resultado da inflação medida no acumulado de janeiro a dezembro deste ano.