Ação de inscrição 3 mil inscrições mensais de CadÚnico em apenas um diaDivulgação/ Fernando Maia / Prefeitura do Rio

Todos os 47 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) fizeram ontem, terça-feira, 16, 3 mil inscrições no CadÚnico, o cadastro do governo federal que abre a porta para os programas sociais. Como normalmente são realizadas 20 mil novas inscrições por mês, esse número significa que em apenas um dia a Assistência Social realizou 15% do total de cadastros que são feitos mensalmente.
Nesta quarta-feira, 17, em esforço extraordinário para reduzir as filas da população ávida por informações sobre o Auxílio Brasil, o projeto Assistência em Movimento atendeu, ao longo de todo o dia, 304 pessoas em Santa Cruz: 246 para CadÚnico e 148 para documentação civil. Ao todo, foram criados 176 novos cadastros e 70 atualizações.
“Detectamos que Santa Cruz é uma das áreas com mais movimento dos nossos CRAS, então hoje, aqui em Santa Cruz, resolvemos fazer uma Assistência em Movimento, também com documentação, mas especialmente para ajudar nos trabalhos com o Cadastro Único. Está muito cheio, mas vamos passar o dia inteiro, até o último atendimento”, afirmou a secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro.
Para dar conta do volume de procura, foram destacados 65 profissionais para o atendimento, na quadra da Acadêmicos de Santa Cruz: 25 da própria região, 15 que vieram do Centro da cidade e outros 25 realocados da Subsecretaria de Proteção Social Básica, que foram reforçar a equipe durante a tarde. O projeto estava programado para acontecer hoje no Catumbi, mas foi transferido para a região por causa das filas registradas nos CRAS desde o fim do programa Bolsa Família.
Desde junho o Assistência em Movimento tem ido às localizações mais vulneráveis da cidade, onde muitas vezes a população nem tem consciência de seus direitos, para oferecer os serviços da pasta. Já realizou 10.105 atendimentos em 18 localidades em toda a cidade.
As zonas Oeste e Zona Norte, especialmente nos complexos da Maré e do Alemão, são as regiões que mais vêm concentrando filas nos CRAS desde o fim do programa Bolsa Família. Uma dessas pessoas na fila da Acadêmicos de Santa Cruz hoje era Jaqueline Santos, 28 anos, mães solo de três filhos que não trabalha nem estuda e só conta com pensão do ex-marido para se sustentar, além do Bolsa Família, cujo novo nome ela nem conhecia direito:
“É Renda Brasil que fala? Não é suficiente, mas ajuda a comprar comida para as crianças, o gás”, disse Jaqueline, com a pequena Jessica no colo.
Reforço
Desde o fim do Bolsa Família a procura por informações triplicou a frequência nos CRAS, que recebiam uma média de 70 pessoas por dia, e passaram a atender 200. Para dar conta dessa demanda, as equipes foram reforçadas com a realocação de funcionários de outros setores. A partir desta semana os CRAS passaram a abrir 6h45, e foram destacadas equipes volantes para apoiar as unidades com demanda alta. Também a partir desta quarta-feira (17) a SMAS iniciou um mutirão de contatos telefônicos com as pessoas com agendamentos marcados. Com o reforço nas equipes, essas pessoas serão chamadas para adiantarem as inscrições ou realizarem atualizações no cadastro. A SMAS enfatiza que só devem ir aos CRAS quem está com o cadastro desatualizado há mais de dois anos, para atualização, ou quer fazer cadastro novo.
Com base em informações de governo federal de outubro, no Rio há 610.889 famílias inscritas no CadÚnico, das quais 303.875 estão com dados desatualizados; destas, 303.654 famílias tinham direito ao Bolsa Família, mas 156.629 estavam com os dados desatualizados. Os que recebiam o auxílio emergencial somam cerca de 1,5 milhão de pessoas na cidade (número estimado, porque até hoje o governo não divulgou o dado oficial); e a partir de maio, o governo federal parou de adicionar à folha de pagamento as famílias que se cadastravam e tinham direito ao benefício: até outubro foram cadastradas 41.796 novas famílias.