Cenário da economia no terceiro trimestre do ano é de retomada da atividade em todas as regiões do paísMarcello Casal Jr/Agência Brasil
O boletim, que apresenta as condições da economia nas cinco regiões do país, diz que esse comportamento da economia tende a favorecer as economias do Nordeste e Sudeste.
Sudeste
Por outro lado, o boletim aponta que o comércio varejista, após vários meses de relativa estabilidade, registrou retração mais pronunciada a partir de agosto, encerrando o terceiro trimestre com variação negativa, refletindo o possível deslocamento da demanda para serviços.
Em relação à Indústria, dificuldades para a obtenção de insumos e os preços de algumas cadeias produtivas, especialmente a automotiva, contribuíram para a queda da produção no terceiro trimestre. Houve retração em quinze dos 22 setores pesquisados, com destaque para fabricação de outros produtos de transporte (11,7%) e veículos (8,4%).
Com isso, no trimestre, o índice de atividade econômica da região variou 0,4%, após expansão 0,8% no período anterior. Segundo o BC, os indicadores apontam para acomodação da atividade econômica no Sudeste, no quarto trimestre.
"Pressões de custos e falta de insumos em setores da indústria, com ênfase no segmento automotivo, tem efeitos negativos sobre a produção fabril. Em sentido contrario, o avanço da vacinação favorece a continuidade da recuperação dos segmentos de serviços mais impactados pela pandemia, sobretudo os direcionados as famílias", diz o boletim.
Nordeste
Também houve um cenário de recuperação parcial da indústria de transformação, após retrações nos dois trimestres anteriores. Com isso, o índice de atividade econômica da região expandiu 0,5% no período em relação ao anterior, quando cresceu 0,8% na mesma base de comparação.
Centro-Oeste
Nesse contexto, o índice de atividade econômica da região cresceu 0,7% no terceiro trimestre de 2021, em relação ao trimestre anterior (2,3%), segundo dados dessazonalizados. No acumulado de doze meses, o indicador expandiu 2% em setembro (0,8% no mesmo mês de 2020).
O boletim aponta ainda que a safra recorde de grãos não deve se repetir no ano de 2021 em decorrência das condições climáticas adversas, principalmente da estiagem prolongada a partir de fevereiro, que provocou queda significativa nas colheitas de milho, algodão e cana-de-açúcar.
"A economia do Centro-Oeste manteve trajetória de crescimento, com oscilações relacionadas ao desempenho do agronegócio. A perspectiva de safras recordes de commodities agrícolas em 2022 continua sendo importante variável de sustentação para a região, com desdobramentos em outras atividades", diz o documento.
Norte
Segundo o boletim, no setor de serviços, apesar do arrefecimento da intensidade da recuperação na margem, o setor registrou expansão no terceiro trimestre, com aumento em quatro estados. A produção industrial da região acompanhou o que ocorreu na indústria nacional e também registrou contração no trimestre. A indústria geral recuou 1,5% no período.
Já as vendas do comercio reverteram crescimento assinalado no segundo trimestre. Com isso, o Norte encerrou o terceiro trimestre com recuo de 0,7% no comercio ampliado (9,7% no segundo trimestre), com quedas em cinco dos sete estados da região.
O boletim aponta, contudo, para um crescimento do faturamento do varejo, em maior proporção nos setores de alimentação e combustíveis. A expectativa para a região é que, no quarto trimestre, o desempenho do setor melhore, impulsionado pelas vendas de final de ano, com a Black Friday e o Natal.
Sul
O resultado do terceiro trimestre confirmou a recuperação do setor de serviços, que expandiu pelo quinto período em sequencia, mitigando a retração da atividade econômica. Todos os segmentos registraram alta, sobretudo os destinados as famílias e os que envolvem contato pessoal. A avaliação é de que a trajetória deve persistir no final de ano.
Segundo o boletim, a atividade econômica do Sul tem evoluído de forma assimétrica ao longo do ano, com destaques positivos para a indústria e produção agrícola no primeiro trimestre e para o comercio e a construção civil no segundo. A avaliação é de que "a normalização da cadeia de suprimentos industriais, incluídos semicondutores para o setor automotivo e insumos agrícolas, especialmente defensivos, e essencial para garantir dinamismo adicional a economia do Sul".
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