Cerca de 19% dos consumidores lesados contrataram empresa especializada para resolver o problema
Segundo CNDL, um em cada cinco clientes lesados por fraudes nos últimos 12 meses relata que precisou contratar os serviços de profissionais ou empresas para a resolução da fraude (19%), ante 81% que não contrataram
No meio online, o canal foi citado por 53% dos entrevistas para buscar solução para fraudes, sendo as redes sociais lembradas por 21%. Em seguida, aparecem os sites e aplicativos (20%) - Reprodução/Pexels
No meio online, o canal foi citado por 53% dos entrevistas para buscar solução para fraudes, sendo as redes sociais lembradas por 21%. Em seguida, aparecem os sites e aplicativos (20%)Reprodução/Pexels
Constatar que foi vítima de uma fraude financeira é o pesadelo de todo consumidor, mas em alguns casos pode ter solução. A pessoa lesada pode reaver o dinheiro com um simples acordo com a empresa, porém não é tão simples e necessita da intervenção de autoridades e órgãos de defesa do consumidor. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com o Sebrae, um em cada cinco clientes lesados por fraudes nos últimos 12 meses relata que precisou contratar os serviços de profissionais ou empresas para a resolução da fraude (19%), ante 81% que não contrataram.
Para 11% dos entrevistados, a contratação surtiu efeito, resolvendo o problema. Outros 5% relatam que ainda estão tentando resolver, enquanto 3% não resolveram a situação nem com o suporte profissional.
Os prejuízos acarretados vão além dos valores relacionados à fraude em si. De acordo com os entrevistados, o valor médio pago para solucionar a fraude foi de R$ 895,90, sendo que 27% dos que recorreram a esses serviços arcaram com valores acima de R$ 800.
Segundo a pesquisa, 49% relataram que o pagamento ocorreu (ou deverá ocorrer) após a comprovação de que a fraude foi resolvida, sendo que 25% pagaram (ou irão pagar) um percentual sobre o valor da fraude e 24% pagaram (ou irão pagar) um valor fixo. Além disso, 27% mencionaram o pagamento antecipado, sendo que 14% pagaram um valor fixo e 13% um percentual sobre o valor da fraude.
O principal motivo que levou esses consumidores a buscarem a ajuda profissional foi que não sabiam como resolver, mencionado por 39%. Além disso, 21% disseram que queriam evitar constrangimentos e 19% quiseram evitar desentendimentos. A falta de tempo foi mencionada por 16% dos que recorreram ao apoio de profissionais.
“Diante de uma situação de difícil solução, o consumidor tem sempre a opção de recorrer aos órgãos de defesa do consumidor e a tribunais de pequenas causas, fazendo valer o seu direito. A contratação de empresas especializadas pode ser uma opção para casos que envolvam quantias elevadas, dado o custo médio dos serviços. Em todo caso, o melhor é adotar medidas preventivas para não ter de lidar com as consequências de uma fraude. Evitar a exposição de dados, consultar a reputação de lojas online, checar a veracidade de boletos e tomar cuidado com senhas e documentos pessoais são algumas medidas que podem evitar dores de cabeça, gasto de tempo e até de dinheiro”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Para a grande maioria, a contratação desse serviço não foi a primeira opção: 73% relataram que tentaram resolver o problema, antes de buscar apoio. E ainda sob o impacto da fraude original, 52% temeram sofrer outro tipo de golpe pela empresa contratada.
Já entre aqueles que não buscaram ajuda profissional para solucionar a fraude, 31% alegaram que conseguiram resolver o problema sozinhos, 16% nem sabiam da existência dessas empresas e 15% relataram que o caso foi resolvido pela empresa envolvida na situação. Outros motivos mencionados foram a descrença de que a contratação de empresas solucionaria o caso (15%) e a falta de dinheiro para pagar pelo serviço (14%).
Indicação de amigos
O canal offline foi o principal meio através do qual esses consumidores conheceram os serviços de solução de fraude, citado por 54%. Nesse caso, a indicação de amigos foi a mais mencionada (35%), além de anúncios na porta da empresa (8%) e em jornais, TV e revistas (7%). Já o canal online foi citado por 53%, sendo as redes sociais lembradas por 21%. Em seguida, aparecem os sites e aplicativos (20%); mecanismos de busca na internet (17%) e e-mail marketing (14%).
Quando questionados a respeito das fraudes que acreditam estar mais sujeitos no dia a dia, independentemente de ter contratado empresa para resolver seu caso, a maioria dos entrevistados citou a clonagem de celular, mencionada por 45%. O receio, nesse caso, é que o número clonado seja usado para solicitar dinheiro a amigos e parentes.
Outras fraudes mencionadas pelos internautas lesados nos últimos 12 meses foram: compras através de cartão de débito e crédito (38%); clonagem de documento e placa de veículo (27%); emissão de cartão de crédito usando o seu nome (27%); sofrer calote de empresas (25%); e empréstimos e financiamentos em seu nome (25%).
Para 80% dos entrevistados, as pessoas acima de 60 anos estão mais sujeitas a serem vítimas. Por outro lado, 34% acreditam que os mais jovens estão mais sujeitos.
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