O setor de vendas de combustíveis e lubrificantes variou -0,3% em outubroFabio Costa/Agência O Dia

Brasília - Após dois meses consecutivos de queda, as vendas do comércio varejista ficaram estáveis (-0,1%) na passagem de setembro para outubro. Com esse resultado, o varejo encontra-se 6,4% abaixo do patamar recorde, alcançado em novembro de 2020. Tanto no ano quanto em 12 meses, o setor acumula ganho de 2,6%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado de estabilidade no campo negativo foi disseminado por cinco das oito atividades investigadas pela pesquisa. Entre elas, as variações mais intensas foram registradas pelos setores de livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%), combustíveis e lubrificantes (-0,3%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%).
“Essa variação de -0,1% se compõe de muita estabilidade, inclusive em praticamente todas as atividades. Então não há protagonismo nessa composição para nenhuma delas. Já vimos há alguns meses o setor de hiper e supermercados, que tem um peso grande, puxando o índice para cima. Mas não foi o que aconteceu em outubro, mês em que tivemos um equílibrio entre os setores”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%) também ficou estável na passagem de setembro para outubro.
Já os setores que cresceram no período foram tecidos, vestuário e calçados (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,6%). “A atividade de tecidos, vestuário e calçados foi uma das que mais caíram no início da pandemia porque o consumo dela é muito baseado na experienciação do produto. Houve uma queda intensa de março para abril do ano passado e o padrão de consumo não voltou depois disso”, analisou Cristiano.

“Houve também uma readequação das empresas em sua estratégia de venda, ao aderir ao e-commerce. Grandes marcas no início do segundo trimestre deste ano também anunciaram outras plataformas e isso impulsionou as vendas em um momento, mas esse movimento foi refreado pelo rendimento das famílias que não tem aumentado”, completou.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas recuou 0,9% em relação a setembro. Nessa comparação, o segmento de veículos, motos, partes e peças caiu 0,5%, enquanto o de material de construção recuou 0,9%.

Varejo recua 7,1% frente a outubro do ano passado

O comércio varejista recuou 7,1% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano anterior. É a terceira queda consecutiva desse indicador. Todas as oito atividades investigadas recuaram nessa comparação, com destaque para os setores de móveis e eletrodomésticos (-22,1%),equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-11,0%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-7,9%).

Os outros segmentos que tiveram queda na comparação com outubro do ano passado foram: combustíveis e lubrificantes (-7,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,2%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,6%), tecidos, vestuário e calçados (-2,0%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%).

“Em outubro e novembro do ano passado, tivemos o recorde da série histórica da PMC. Isso significa que a base de comparação estava bastante elevada. Essa queda foi bastante equilibrada entre todas as atividades, que ficaram no campo negativo”, disse o pesquisador.

O comércio varejista ampliado, que também teve queda de 7,1% nessa comparação, registrou recuo de 4,0% no segmento de veículos e motos, partes e peças e de 13,7% no setor de material de construção.

Varejo cresce em 17 unidades da Federação

Na passagem de setembro para outubro, o varejo teve resultados positivos em 17 das 27 unidades da Federação, com destaque para Acre (3,0%), Alagoas (2,4%) e Rondônia (2,4%). Já entre os estados que tiveram queda destacam-se Amapá (-2,8%), Roraima (-2,3%) e Rio de Janeiro (-2,2%).

No comércio varejista ampliado, houve predomínio de resultados negativos. Das 17 unidades da Federação que tiveram queda no volume de vendas, destacaram-se Rio de Janeiro (-5,0%), Amapá (-4,0%) e Goiás (-3,8%). Entre os que tiveram resultados positivos, os destaques foram Tocantins (8,1%) e Alagoas (4,4%) Rio Grande do Sul (2,2%).

Em relação a outubro do ano passado, o varejo registrou resultados negativos em 26 unidades da Federação. Os destaques foram Bahia (-14,1%), Sergipe (-12,6%) e Paraíba (-12,2%). Na mesma comparação, no comércio varejista ampliado, houve queda em 23 unidades da Federação, sendo as maiores variações registradas por Amapá (-14,9%), Amazonas (-12,4%) e Paraná (-11,7%).