Edifício-sede do Banco Central em BrasíliaMarcello Casal Jr/Agência Brasil
“Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude [1,5 ponto percentual]”, diz a ata do Copom.
Ao avaliar os riscos para inflação, o Copom avalia que “novos prolongamentos das políticas fiscais [aumento de gastos públicos] de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada [procura por bens e serviços] e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco [relação entre risco e rendimentos de investimentos] do país”.
“Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico”, acrescenta.
Cenários
Para o Copom, a decisão fará com que a inflação convirja para a meta em 2022 e em 2023. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, ressalta.
Segundo o Copom, em um cenário com projeções para a Selic feitas pelo mercado financeiro e taxa de câmbio em US$ 5,65, a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fica em torno de 10,2% em 2021, 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 11,75% ao ano durante 2022, terminando o próximo ano em 11,25% ao ano, e reduz-se para 8% ao ano em 2023.
Para 2021, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, o limite superior é 5,25% e o inferior, 2,25%. A meta de 2022 é 3,50% e para 2023, é 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos. Ou seja, por esse cenário, a inflação ficará acima do limite superior da meta em 2021 e do centro da meta em 2022.
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