Busca por financiamento no Brasil caiu 8% em novembro, na comparação com outubro (alta de 8%)Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Com a virada do ano, é comum que as pessoas criem novas metas para cumprir no ano que se inicia. Dentre elas, está o interesse de passar o ano sem nenhuma dívida. Nesse período, principalmente, a grande preocupação está nas contas que mexem com o bolso logo no início do ano, como quem tem filhos em idade escolar com compras de material, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), matrícula da escola e faturas de cartão de crédito, que costumam vir pesadas no início do ano por conta dos gastos com presentes e artigos para as ceias de Natal e Réveillon.
Muitas das vezes, logo no início do ano, o projeto de ficar no azul já encontra um grande obstáculo e o orçamento doméstico fica comprometido logo de cara. Por conta disso, O DIA separou algumas dicas de especialistas para mostrar como é possível mudar o consumo e passar um 2022 com as finanças em dia.
Quando o assunto é IPTU E IPVA, o planejamento financeiro pode proporcionar às pessoas ótimos descontos. Já sobre a condição de pagamento, uma dúvida é muito comum: é melhor à vista ou parcelado? O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, destaca que cada estado pratica o próprio desconto, mas, em média, o contribuinte obterá 3% de desconto no IPVA e 4% no IPTU. Contudo, existem casos que podem chegar a 10%.
"Caso a situação financeira esteja mais confortável, tendo uma reserva financeira, recomendo, sem dúvida nenhuma, que o pagamento seja feito à vista. É importante lembrar dos compromissos futuros; muitas pessoas se deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. Não adianta pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras", afirma.
Domingos também ressalta que ter uma reserva financeira evita problemas como os relatados acima e deixam a vida mais segura, em caso de imprevistos.
Para ajudar as pessoas a se organizarem financeiramente e não começarem o ano com as contas no vermelho, a especialista em investimentos da Guide Investimentos, Mayra Lima, elaborou quatro dicas simples a serem seguidas. 
Levantar todos os gastos
Pode parecer óbvio, mas muitas pessoas acabam se enrolando no básico, que é ter noção de todas as despesas que incidem no começo do ano. Ter tudo isso esquematizado, sabendo a data aproximada de cada gasto, ajuda muito na hora de fazer o planejamento financeiro.
Transformar os gastos anuais em mensais
Apesar dos gastos descritos acima serem anuais, isso não significa que a pessoa precisa esperar o ano todo para se planejar. Como é possível ter ideia do valor aproximado a ser pago, o melhor caminho é pegar a conta e dividi-la em 12 vezes. Assim, a pessoa consegue se planejar a cada mês para guardar uma parte do que será pago lá na frente, sem comprometer o 13º salário ou os rendimentos do começo do ano.
Antecipar algumas obrigações
As despesas com material escolar, por exemplo, não precisam ser feitas no começo do ano, quando a procura aumenta e os preços, consequentemente, sobem. Alguns materiais, como mochila, caderno, lápis, estojo e livros didáticos (quando possível) podem ser comprados na “baixa temporada”, quando não estão tão caros.
Reservar parte dos ganhos de fim de ano
Mesmo se planejando ao longo do ano, não é uma boa ideia "torrar" todo 13º com consumo e lazer. Os rendimentos extras no final de ano podem ajudar com os gastos que ocorrerão num futuro próximo – principalmente se a pessoa não conseguir guardar dinheiro suficiente nos meses anteriores.
"Muita gente acaba se esquecendo e deixando tudo para cima da hora, o que pode ser um erro grave para as finanças. São contas pesadas, que, se mal administradas, podem se transformar em dívidas difíceis de serem pagas", afirma Mayra.
O executivo em finanças André Aragão destaca que quitar as dívidas em aberto deve ser a prioridade para que o consumidor evite ter um 2022 com muitas dores de cabeça. "Liquidar as dívidas e depois controlar seus gastos, se planejar e gastar apenas o essencial. O saldo bancário agradecerá neste ano que se inicia", conclui Aragão.