Desconto da Tarifa Social é fornecido às famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único ou que tenham entre seus membros alguém que seja beneficiário do Benefício de Prestação Continuada (BPC)Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou nesta sexta-feira, 28, a bandeira tarifária verde seguirá para o próximo mês para os consumidores que recebem o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica, desconto na conta de luz fornecido pelo governo federal às famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único ou que tenham entre seus membros alguém que seja beneficiário do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Assim, não haverá acréscimo na tarifa para esses consumidores. No entanto, para a maioria, os consumidores ficarão mantidos na bandeira mais alta.
Dessa forma, no momento, a bandeira verde valerá apenas para os consumidores beneficiários da Tarifa Social. Para os demais consumidores de energia elétrica – exceto os moradores de áreas não conectadas ao Sistema Interligado Nacional (como os de Roraima, por exemplo), que não pagam bandeira tarifária –, a bandeira vigente no período será a de Escassez Hídrica, no valor de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
Instituída pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), criada por meio da Medida Provisória nº 1.055/2021, a bandeira Escassez Hídrica tem o objetivo de fortalecer o enfrentamento do período de escassez de recursos hídricos, o pior em 91 anos. A bandeira Escassez Hídrica segue em vigor até abril deste ano. 
Os adicionais de bandeiras tarifárias na conta de luz dos consumidores que possuem direito à Tarifa Social de Energia Elétrica seguem os mesmos percentuais de descontos que são estabelecidos por faixa de consumo. Isso significa que as famílias de baixa renda, inscritas no programa de Tarifa Social, pagam as bandeiras com os mesmos descontos que já possuem nas tarifas, de 10% a 65%, dependendo da faixa de consumo.
Deste o começo deste ano, a inscrição dos beneficiários do BPC na Tarifa Social passou a ser automática, isto é, não sendo necessário apresentar documentação à concessionária, permissionária ou autorizada de serviço público de distribuição de energia elétrica. Esta mudança veio com a Lei nº 14.203/2021.
Economia de energia
Como a maioria dos consumidores estará mantida na bandeira mais alta, é preciso ficar em alerta para economizar energia elétrica, já que com o verão tende-se a gastar mais. Segundo Marlon Glaciano, especialista em finanças e planejador financeiro, o principal vilão do consumo de energia é o ar-condicionado, muito utilizado nesta estação.
“É bom evitar ligar esse aparelho agora. Mas caso a pessoa ligue, não deve deixar portas e janelas abertas. Já a máquina de lavar, a família deve acumular roupas para lavar de uma só vez, pois esse eletrodoméstico gasta luz e água juntos. Mesmo caso do ferro de passar. O consumidor pode acumular para passar tudo de uma vez", explicou ele.
O engenheiro e especialista em gestão e conservação de energia e água, David Gurevitz, pontuou que a geladeira também é uma das principais culpadas da alta na conta de energia. "O uso da geladeira é diário, no entanto, é bom evitar abrir porta desnecessariamente. Quando lavar roupa, usar sempre a capacidade máxima da máquina, para economizar energia e utilizar a lavadora menos vezes. Ao passar roupa, é bom dar preferência a temperaturas mais baixas, que, além de ajudar a reduzir o consumo de energia, evita danificar as roupas", afirmou Gurevitz.
No caso do chuveiro elétrico, a família deve diminuir o tempo de banho e evitar usá-lo no modo inverno que é onde mais gasta luz. A geladeira não deve ser aberta toda hora. O modo standy by deve ser um aliado do consumidor. Por isso, a sugestão é retirar da tomada todos os aparelhos que fiquem em standy by. No caso do carregador de celular e notebook, se os equipamentos já carregaram por completo, retirar da tomada. Além de danificar o aparelho, gasta-se luz sem necessidade.
Para Glaciano, há maneiras práticas de reduzir o impacto da conta de luz. Glaciano afirmou que, tendo um consumo consciente no dia a dia, é possível driblar a bandeira mais cara. “O ideal é sempre optar pela compra de produtos com selo A de energia pois o consumo será mais baixo. Pequenas ações farão toda diferença”, disse o especialista em finanças e planejador financeiro.