Rio - A renegociação de dívidas pode ser uma opção para os brasileiros que querem sair do vermelho neste ano. Para isso, os endividados podem tentar negociar a melhor forma de pagamento diretamente com os bancos, que costumam oferecer condições especiais aos inadimplentes. O Santander Brasil, por exemplo, lançou a campanha de crédito e renegociação chamada "Desendivida". A oportunidade, que pode conceder até 93% de desconto nas renegociações, está elegível a clientes pessoa física e jurídica da instituição até o dia 31 de março.
O banco informou que, além de poder renegociar eventuais dívidas, empréstimos, financiamentos e fatura de cartão de crédito, garantindo melhores condições de pagamento, os clientes terão acesso a ofertas especiais para contratar crédito nas modalidades pessoal, consignado, garantias (Usecasa e Usecarro); e também poderão ativar o "Pula Parcela", ou seja, ficar até dois meses sem precisar pagar as parcelas de produtos selecionados.
Segundo o Santander, os clientes pessoa física que desejam tomar crédito com garantia de automóvel, imóvel ou consignado, têm até 60 dias para começar a pagar. Para crédito pessoal, o período é de 40 dias. Já para contratos em vigor de crédito imobiliário, é possível ter até seis meses de fôlego no pagamento das parcelas, de acordo com os critérios de elegibilidade.
A instituição também esclareceu que, para as empresas, há a possibilidade de concessão de crédito com até 60 dias para começar a pagar. Esse prazo também se aplica para quem quer unificar a fatura do cartão de crédito, os empréstimos e o saldo devedor do limite da conta em uma única parcela mensal. Porém, usando um veículo quitado como garantia, o prazo pode pular para até 180 dias. Além disso, também há opções para renegociar dívidas com até 60 dias para começar a pagar, antecipar o recebimento das vendas e equilibrar o fluxo de caixa da empresa.
O Itaú Unibanco disse que, neste momento, trabalha com condições especiais de renegociação via canais digitais, incluindo ofertas e descontos personalizados para pessoas físicas com dívidas no banco ou relacionadas aos cartões de parceiros.
Para facilitar a negociação e levar oportunidades aos clientes que desejam se reorganizar financeiramente, quitar pendências e retomar a adimplência, o Itaú Unibanco disponibiliza os seguintes canais digitais de atendimento: aplicativo Itaú no celular (Android e iOS); aplicativo Itaú no computador; site Renegocie Fácil (permite acesso sem senha eletrônica); e o WhatsApp exclusivo para renegociações (11 4004-1144).
Outros bancos
Procuradas por O DIA, outras instituições financeiras informaram que não estão realizando campanhas no momento, mas contam com os modelos tradicionais de renegociação. Por exemplo, o Bradesco afirmou que oferece condições de renegociação, observando o perfil da dívida e as necessidades específicas de cada cliente. "Para isso, o cliente dispõe de toda uma estrutura de autosserviço por meio dos canais digitais e de plataformas de parceiros para cumprir com seus compromissos, sempre de forma simples, rápida e intuitiva, além de poder contar com o tradicional apoio da rede de agências do banco", acrescentou.
A Caixa informou que disponibiliza opções para o cliente renegociar sem sair de casa: aplicativos Caixa (App Habitação Caixa e App Cartões Caixa); WhatsApp: 0800 104 0104, disponível de 8h às 18h, nos dias úteis; centrais telefônicas: 4004-0104 (capitais) ou 0800 104 0104 (demais cidades), de segunda a sexta (dias úteis), no horário entre 8h e 20h. O banco também tem o ambiente virtual "Negociar dívidas", onde você escolhe entre pagar a dívida à vista ou pagar uma entrada e parcelar o restante em até 96 vezes. Mais informações estão disponíveis na parte de negociação site.
Dicas para renegociar
O economista e professor da Fundação Dom Cabral, Gilberto Braga, orientou que o primeiro passo deve ser fazer um levantamento de todos os débitos e do orçamento para tentar entender a sua realidade financeira para, depois, procurar uma solução. Ele explicou que o ideal seria concentrar o débito em um único credor. Outra dica é tentar trocar uma dívida mais cara por uma mais barata em termos de custos de juros.
O especialista recomendou, ainda, buscar a renegociação de maneira direta com a instituição financeira. "É sempre melhor falar com o gerente do banco que você já tem relacionamento". Isso porque, segundo ele, as operações que você mantém com o banco, como cartão de crédito, seguro, plano de saúde e, eventualmente, alguma poupança, contam pontos a seu favor.
Gustavo Moreira, coordenador do MBA de Finanças do Ibmec RJ, deu dicas para fazer uma boa renegociação: "Ir com boa fé, mostrar o seu histórico como cliente junto àquela instituição financeira e a outras instituições, eventualmente, se possível, mostrar o contracheque ou mostrar algum documento que vá dar conforto à outra parte, ser transparente e não aceitar a primeira proposta, procurar negociar e pedir uma proposta melhor".
Ele reforça que o consumidor apenas deve assumir um compromisso que possa arcar: "De nada adianta renegociar a dívida e não honrar com o pagamento", acrescentou Moreira. "Então, ele tem que avaliar se essa parcela cabe no orçamento familiar. Para fazer caber, tem que aumentar a receita, eventualmente, buscar uma nova fonte de renda, cortar custos durante cerca de quatro meses, até passar esse momento em que está com a corda no pescoço, e aumentar o prazo de pagamento", pontuou.
Por fim, se o consumidor quer evitar novas dívidas, ele deve planejar a sua vida no futuro, de acordo com Gilberto Braga. "A ideia é não comprar por impulso, só adquirir aquilo que efetivamente for necessário, e resistir às tentações de fazer novos crediários e parcelamentos", finalizou o economista.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.