Diante da guerra entre Rússia e Ucrânia, quilo do pãozinho francês já chega a custar entre R$ 15 e R$ 20 no RioAgência Brasil
Quilo do pão francês já custa R$ 20 em bairros do Rio, diz economista
Antes da guerra entre Rússia e Ucrânia, que elevou o preço do trigo no mercado internacional, o valor do quilo do pãozinho era de até R$ 12, segundo Gilberto Braga
Rio - A guerra entre Rússia e Ucrânia, que elevou o preço do trigo ao maior patamar dos últimos 14 anos, já impacta o preço de produtos que dependem do cereal para sua produção. Para se ter uma ideia, o quilo do pãozinho francês já chega a custar entre R$ 15 e R$ 20 em estabelecimentos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e na Zona Sul da cidade, segundo o economista e professor do Ibmec Gilberto Braga. Antes do conflito no Leste Europeu, o valor do quilo do pão era de até R$ 12, de acordo com o especialista.
E como será nos próximos meses? O professor explicou que as previsões futuras estão condicionadas à continuidade da guerra, "na medida em que o trigo produzido na região é substancial. Logo, o preço do trigo, que é a base do pãozinho, depende do desfecho do conflito", avaliou Braga, acrescentando que uma opção seria fazer o pão à base de batata, cebola, beterraba ou outro item em substituição à farinha.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, 14, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) afirmou que a disparada da cotação do trigo começa a ser sentida pelos fabricantes nas negociações com os fornecedores, porém existe a entrega de farinha compromissada em contratos antigos. "O que se pode afirmar é que haverá reajustes de preços nas próximas semanas, mas, com o horizonte indefinido, já que a cada notícia da guerra, o preço do trigo no mercado internacional oscila para cima ou para baixo com valores expressivos", esclareceu.
A entidade disse que o consumidor brasileiro deve começar a sentir os efeitos em breve, quando as indústrias comprarão as novas safras. "As indústrias estão com estoques relativamente baixos, pois estão no início da entressafra de trigo, lembrando que o produto acabado também não tem estoques e que varia muito de empresa para empresa. De todo modo, este repasse tende a ser gradual, pois não há espaço para elevar os preços de uma só vez para o consumidor final", informou a Abimapi.
Ainda conforme a Abimapi, o Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão de países do Mercosul – sobretudo da Argentina –, do Canadá e dos Estados Unidos. A elevação do preço do grão impacta diretamente os valores de produção para os fabricantes das categorias representadas pela Abimapi. Nas massas, em média, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.