Manifestantes pedem que congresso assine PEC para diminuição dos valores da gasolina, etanol, diesel e GNVMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - Pelo segundo dia consecutivo, motoristas de aplicativos realizaram uma paralisação na cidade do Rio, desta vez, em parceria com caminhoneiros, nesta quarta-feira (30). A manifestação teve o objetivo de pedir o fim dos impostos sobre os combustíveis. Por volta das 7h, os trabalhadores do movimento "Combustível sem imposto" se reuniram, utilizando bandeiras e faixas, na Avenida Brasil, na altura do Trevo das Margaridas, no Irajá, na Zona Norte.

O líder do movimento Alexandre Nascimento declarou que os trabalhadores lutam contra o constante aumento dos combustíveis que acabam não acompanhando o valor que ganham pelo trabalho prestado.

"O objetivo é tirar essa roubalheira dos impostos das costas do povo trabalhador. Nós somos o povo mais pobre do mundo pagando uma das maiores cargas tributárias, que nunca voltou para a gente e nem nunca vai voltar. Então, nós temos uma PEC, basta o presidente e o congresso assinarem essa emenda. Assinou, a gente corta gastos e corta impostos sobre gasolina. O povo vai ter gasolina, etanol, GNV a R$ 3,90 ou menos. É muito simples, mais dinheiro para o trabalhador e menos para a política".

A proposta de emenda à Constituição (PEC) citada por Alexandre se trata do pacote elaborado pelo Governo Federal, que vai permitir que o presidente da República e governadores de cada estado brasileiro reduzam ou zerem os impostos que incidem sobre os combustíveis, o gás de cozinha e a energia elétrica.

Para o líder do movimento, a manifestação é uma das únicas formas de fazer com que os políticos ouçam os pedidos dos trabalhadores.

"Estamos aqui parados com o carnaval, que é uma expressão cultural, com bandeiras, panfletando para acordar o povo, para mais gente vir para cá, porque político não liga para reclamação na internet e votar não adianta. A gente vota, vota e dá na mesma coisa", contou.

Por conta da paralisação, uma faixa da Avenida Brasil, sentido Centro da cidade, precisou ser bloqueada. Assim como em manifestações anteriores, os motoristas estenderam uma bandeira verde a amarela no asfalto. Durante todo o ato, a Polícia Militar acompanhou a ação.
O presidente do Sindicato dos Prestadores de Serviços por Aplicativos (SindMobi), Luiz Côrrea, afirmou apoiar a causa, visto que há novos reajustes no preço dos combustíveis previstos para os próximos meses. "Combustível é uma luta de todos, tem outros aumentos nos combustíveis programados pra acontecer até julho. A população Brasil já não aguenta mais pagar esses aumentos sucessivos".
Segundo ele, o movimento Combustível sem imposto já está organizando uma outra manifestação, marcada para o dia 6 de abril, no mesmo local, e que estará apoiando todas as paralisações dos motoristas em prol da aprovação da PEC.
Na manhã desta terça-feira (29), os trabalhadores fizeram uma greve no aeroporto Santos Dumont pedindo o reajuste da tarifa inicial de R$ 6,50 para R$ 10. Durante o protesto, eles fizeram uma carreata até o escritório do aplicativo Uber no Rio de Janeiro, localizado na Presidente Vargas.

Paralisação causa transtornos no trânsito

Com a manifestação, a trânsito ficou ainda mais intenso que o habitual na Avenida Brasil e prejudicou até mesmo o funcionamento dos ônibus. Nas redes sociais, a empresa Fetransportes Flores, responsável por pelo menos oito linhas que atuam na região, informou que os veículos estavam operando com intervalos irregulares.