Depois de passar pela análise de currículos, é hora de mandar bem na entrevista e conquistar a vagaPixabay
Um dos equívocos que os candidatos costumam cometer é enviar um único currículo para todas as vagas de emprego. “O ideal é que seu currículo seja adaptado à vaga que está se candidatando, isso aumenta sua vantagem competitiva em relação aos demais. Mas não é necessário que o refaça completamente, uma boa dica é você se basear na parte de “requisitos” da descrição da vaga e copiar as palavras-chave no seu currículo para descrever suas experiências e habilidades, até mesmo o nome da vaga. Se está se candidatando para o cargo de consultor comercial, personalize seu currículo e no objetivo coloque exatamente o mesmo título”, recomenda a recrutadora técnica, Aretha Araujo.
Além disso, há candidatos que não destacam a área ou cargo de interesse, erro que pode até impedir que o currículo seja analisado, já que algumas empresas utilizam inteligência artificial no processo de triagem dos documentos. O correto é que o profissional forneça essa informação na seção “objetivos”. Aretha recomenda que os candidatos evitem sentenças prontas, como "coloco-me à disposição da empresa. Essas frases são erros fatais na hora de preencher esse campo e, por mais incrível que pareça, essa é a parte mais simples. Se você deseja, por exemplo, uma posição comercial, só adicione nessa seção consultor comercial, seja bem direto e objetivo”, diz a recrutadora.
Não detalhar as principais tarefas que desenvolvia nos empregos anteriores também é um problema na seleção do currículo. Como os empregadores podem exigir atribuições específicas para cada cargo, é importante que o profissional explique o que foi feito na vaga anterior. Um atendente, por exemplo, pode trabalhar com o cliente pessoalmente ou por telefone, pode receber mercadorias e fazer relatórios diários em Excel. Nem todos os empregadores, porém, exigem todas essas funções de seus atendentes, por isso, o candidato precisa deixar claro o que costumava fazer.
O gestor de carreiras Ricardo Machado indica que quanto mais o candidato detalhar as informações, mais claras elas serão para o recrutador. Isso também ajuda a destacar atribuições que possam chamar a atenção para algo que a vaga em aberto solicita. Na hora de fazer isso, o profissional deve seguir uma ordem do mais recente para o mais antigo, fornecer o nome da empresa, período de início e fim da experiência. Além disso, apenas as três últimas experiências pertinentes à vaga são necessárias.
Apesar de ser necessário explicar as tarefas desempenhadas nos trabalhos anteriores, o candidato deve tomar cuidado para não escrever um currículo com mais de duas páginas. “Um recrutador leva em média seis segundos para ler um currículo e decidir se vai prosseguir lendo. Por isso, é necessário que o documento seja objetivo, atrativo e condizente com a vaga. Currículos com mais de 2 páginas são descartados nesse primeiro filtro”, informa Aretha.
O profissional deve ser preciso nas informações, já que precisa inserir dados da formação, cursos realizados, experiência e informações de contato em apenas duas folhas.
Um currículo extenso pode dar sinal de outro problema: informações desnecessárias. O profissional precisa incluir apenas dados que sejam relevantes para a vaga pretendida. De acordo com Machado, não interessa destacar a experiência e habilidades para mecânico, por exemplo, se a vaga é para supervisor comercial.
Também não é preciso colocar fotos e informações pessoais, como número de documentos, quantidade de filhos, estado civil e endereço. A recomendação é focar apenas nas informações que possam destacar algo para o cargo pretendido.
Não separar o currículo por seções é mais um erro que precisa ser evitado. O recrutador precisa encontrar as informações importantes para o cargo rapidamente, já que precisa analisar vários CVs. Ao dividir o currículo, o candidato deve seguir a uma ordem de estruturação específica: dados pessoais, objetivo, resumo das suas qualificações, formação acadêmica, experiências profissionais, cursos e idiomas.
Na tentativa de conseguir a tão sonhada oportunidade de trabalho, alguns profissionais cometem um outro deslize: fazem auto elogios. “É comum os candidatos escreverem: Sou proativo, determinado e gosto de trabalhar em equipe. Infelizmente isso não convence o recrutador, que lê repetitivamente essas características em vários currículos. Lembre-se: o currículo é como um anúncio publicitário de você mesmo. Isso não quer dizer que para vender sua imagem você precisa fazer uma autoavaliação”, informa Aretha.
Além disso, dados pessoais difíceis de localizar ou incorretos podem fazer a empresa desistir do candidato. Como o recrutador tem pouco tempo para analisar os documentos, ele precisa encontrar as informações de contato em um lugar de destaque. Por isso, essa informação deve ser revisada e destacada no topo do documento.
O profissional também deve evitar mentiras no currículo, pois os recrutadores avaliam se o candidato tem os conhecimentos que alegou no CV. “Quando uma pessoa é selecionada para uma entrevista de emprego, costumamos indagar sobre o que observamos no papel para comprovar as habilidades e avaliar o candidato com base nas suas competências. Por isso, ressalto a importância de não mentir no currículo”, ressalta Aretha.
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