Centro de Distribuição da Amazon no Rio vai completar um ano; Conheça detalhes sobre a logística da empresaVanessa Ataliba/Agência O Dia

Rio - "É como se fosse vários supermercados conectados". É assim que o líder de relações públicas da operação da Amazon no Brasil, Thomas Kampel, resume a imensidão que é o Centro de Distribuição (CD) da empresa em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O local, que possui cerca de 30 mil m² e quatro andares, tem uma demanda megalomaníaca: ao menos 60 mil itens chegam e saem por dia de lá em períodos em que não estão ocorrendo ofertas, além do ambiente ser capaz de armazenar mais de 15 milhões de produtos, dependendo do tamanho de cada objeto.
Tamanha demanda exige uma logística rigorosa, que passa por etapas que mesclam a mão de obra humana e o uso da tecnologia. Os produtos ficam misturados para facilitar que sejam encontrados pelos funcionários. "Os itens são cadastrados virtual e fisicamente em um sistema integrado e já ficam disponíveis para a venda a partir do momento em que chegam nas docas e são bipados [registrados]", explica o líder do CD no Rio, Renê Neto.
Outra curiosidade foi a escolha do local para sediar o Centro de Distribuição, inaugurado em 30 de agosto do ano passado e que vai completar um ano. "Fizemos um estudo topográfico em que consideramos a proximidade de aeroportos e rodovias. Depois disso, o time imobiliário entrou em ação para pesquisar e realizar a locação do lugar", contou Kampel ao explicar a escolha de São João de Meriti para ser a sede do CD devido à proximidade com a Rodovia Presidente Dutra e o Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador. 
Geração de empregos e inclusão
Desde que foi inaugurado o CD de São João de Meriti contribuiu para a geração de empregos. Atualmente, ele tem cerca de 510 funcionários, sendo 310 fixos e 200 temporários. Os funcionários, na maioria dos casos, moram no próprio município ou em cidades próximas, como Duque de Caxias e Belford Roxo, ambas na Baixada Fluminense. Segundo a gerente de Recursos Humanos da empresa, Keite Aguiar, em épocas de ofertas como o Prime Day, esse número pode mais que dobrar.
Já com relação ao gênero dos funcionários, o CD de São João tem um dado particular. Contrariando o setor logístico brasileiro, que em média tem 70% de mão de obra masculina, o galpão conta com 54% de trabalhadoras mulheres. "A tecnologia ajuda a gente a ser mais inclusivo. Aqui temos muita mulher operando máquina e também como líder de setores", destaca Kampel.
Com o lema "o melhor lugar do mundo para trabalhar", os funcionários do CD não precisam usar uniformes — apenas cumprir algumas regras de vestimentas, como prender os cabelos e não utilizar roupas largas que possam ficar presas no maquinário, como forma de evitar acidentes — e podem realizar suas tarefas escutando música, cujas playlists são definidas por eles em um computador disponível nos setores. 
"Amo vir para cá. E uma das coisas que mais amo aqui é poder ser eu. Sei que o caminho da diversidade e inclusão é uma estrada muito longa e bem difícil. Mas sabe quando você entra em casa, no canto que é só teu? Aqui dentro é um canto que é só meu", conta emocionado o embaixador de segurança, Luís Roberto Jácome, um dos funcionários que fazem parte da comunidade LGBTQIA+. 
Ele também destaca uma das iniciativas da Amazon que o cativaram: a inclusão do nome social utilizado por pessoas trans nos crachás. "A mudança do nome do crachá mexeu comigo, pois é incrível ver meus colegas chegarem aqui e a empresa perguntar qual o nome eles querem utilizar. Atitude que geralmente não vemos acontecer lá fora", diz. 
Outra iniciativa que chama a atenção é a divulgação da participação do funcionário Bernardo Seixas no concurso Mister Trans Brasil. Durante o tour pelo CD, é possível visualizar peças de comunicação interna que informam sobre sua candidatura e pedem o apoio de outros trabalhadores. "Falo que aqui é minha segunda família porque eles me acolheram e me abraçaram. Tenho 25 anos e nunca trabalhei em uma empresa que me incluísse tanto", comenta Seixas, que trabalha na Amazon há apenas três meses.
Seixas ressalta que, além do apoio no concurso, recebeu atenção quando passou por um momento delicado dentro da empresa. "Quando entramos passamos por um treinamento que fala sobre a importância da diversidade e a Amazon possui um comitê para receber denúncias de homofobia e transfobia. Quando aconteceu comigo, por conta disso, tive coragem de denunciar e recebi todo o suporte", finaliza.  
*A repórter foi convidada a conhecer o Centro de Distribuição da Amazon no Rio de Janeiro pela JeffreyGroup Latin America Marketing