Rio - O Rock In Rio 2022 deve injetar cerca de R$ 825 milhões (US$ 158,5 milhões) na economia da cidade, sendo R$ 41 milhões (US$ 7,9 milhões) em Imposto Sobre Serviços (ISS) para o município. Os dados são do Rio Convention & Visitors Bureau. De acordo com a instituição, os valores se referem apenas ao impacto no setor de turismo, ou seja, relacionado ao gasto médio diário por cada pessoa com despesas como hospedagem, alimentação, transporte e passeios. Entretanto, esse número pode ser ainda maior, já que a Prefeitura espera uma movimentação de R$1,7 bilhões e a organização do evento de R$ 2,5 bilhões. O número oficial será divulgado ao fim do RIR. Durante o festival, que acontece entre 2 e 11 deste mês — após uma pausa de três anos devido à pandemia da Covid-19 —, são esperados cerca de aproximadamente 700 mil pessoas, sendo 360 mil de fora do Rio. Destes, 10 mil virão de 31 países, de acordo com a HotéisRio, entidade do setor hoteleiro.
"O Rock in Rio já se consolidou como um dos maiores festivais do mundo e se tornou, junto com o réveillon e o carnaval, um dos principais eventos do Rio de Janeiro. Ele gera impacto positivo para a cidade como um todo. Por isso, trabalhamos constantemente para captar novos eventos para a cidade, a fim de movimentar o turismo ao longo de todo o ano", explica Roberta Werner, a diretora executiva do Rio Convention & Visitors Bureau.
A HotéisRio também informou que a média de quartos reservados para a primeira semana do festival (de 2 a 4 de setembro) já é de 77,74%, com destaque para Barra da Tijuca/ São Conrado (84,69%), Ipanema/ Leblon (81,58%), Leme/ Copacabana (74,57%), Flamengo/ Botafogo (71,72%), e Centro (68,42%).
Na segunda semana (de 8 a 11 de setembro), os números são ainda melhores — média de 83,61%. Ipanema/ Leblon registram 89,61%, Centro (85,43%), Barra da Tijuca/ São Conrado 84,05%, Leme/ Copacabana (81,82%) e Flamengo/ Botafogo (81,26%).
Na última edição do festival, a primeira semana registrou uma média de 78% de ocupação, superior à do evento de 2017, que ficou em 75%. Já a segunda atingiu 87% de ocupação, também maior que o registrado em 2017, quando a ocupação ficou em 82%.
O presidente do HotéisRio, Alfredo Lopes, reforça que o Rock in Rio é um dos maiores eventos o mundo. "O festival tem o nome do Rio de Janeiro e traz muita alegria para a gente, principalmente para o setor de turismo", diz.
O aumento da demanda no período do evento também deve ser sentido no Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão. O consórcio espera incremento em torno de 22 mil passageiros no período de 1º a 15 de setembro, com base nos voos previstos até o momento. O número representa um crescimento de 11% em relação à primeira quinzena do mês anterior. No total, são esperados 133 voos extras para o período, reforçando rotas já existentes, como São Paulo, Maceió e Recife, e adicionando três novos destinos: Curitiba, Florianópolis e Salvador.
Já a Rodoviária do Rio estima que, de 2 a 12 de setembro, o terminal movimente 435 mil passageiros, entre embarques e desembarques. Destes, 87 mil pessoas devem chegar somente para participar do Rock in Rio, vindas, principalmente, de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Goiânia e Brasília — aumento de 40% do número total de passageiros neste período.
Ainda segundo a concessionária, em 2019 foram 168 mil embarques e desembarques. "Estamos otimistas com a recuperação do movimento de passageiros após dois anos sem grandes eventos por conta da pandemia. O transporte rodoviário regular terá papel fundamental no atendimento à demanda reprimida pela capilaridade de sua operação e pela economia e segurança que oferecem ao viajante. Nesta edição do Rock in Rio devemos alcançar um volume de pessoas maior do que a edição de 2019 em nossas instalações", celebra Beatriz Lima, porta-voz da Rodoviária do Rio.
A Associação das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) também acredita que o movimento será maior que em edições anteriores. "São muitos os fatores que favorecem o aquecimento da demanda no modal rodoviário regular, circunstâncias como o preço dos combustíveis, a alta tarifa do aéreo, a segurança das empresas, certeza da partida e a ampla grade de horários oferecida, aliada à infraestrutura do terminal rodoviário carioca e à facilidade da conexão com o local do evento, tornam muito mais interessante vir para a cidade de ônibus de linha, isso é fato", constata Letícia Pineschi, porta-voz da entidade.
Para a Abrati, o cenário será ainda mais favorável. A previsão das empresas rodoviárias interestaduais é que 50% do volume total de passageiros transportados no período seja constituído pelo público do Rock in Rio.
Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) informou que só divulgará o impacto econômico do festival após seu encerramento.
Geração de empregos
Outro ponto que se destaca é o número de empregos gerados. Segundo a organização do festival, serão 28 mil pessoas trabalhando diretamente na área de 385 mil m² que receberá mais de 1.255 artistas — incluindo com cantores, músicos, bailarinos, artistas visuais, projetistas, grafiteiros, entre outros —, 300 shows, cinco brinquedos gigantes, 200 ativações de marcas e restaurantes, 243 mil produtos à venda, 100 câmeras de transmissão e 30 apresentadores que, juntos, somam 507 horas de experiência pelo festival. Desde a primeira edição, o Rock in Rio já gerou 237 mil empregos diretos e indiretos.
"O RIR é uma identidade, de uma narrativa carioca. O Rock in Rio tem um papel fundamental para todos. Para a gente ter uma ideia, temos o Rock in Rio em Lisboa, na Europa. Então, isso mostra o tamanho da dimensão e o tamanho do carinho que ele cumpre na nossa cidade", celebrou o prefeito Eduardo Paes, durante a coletiva de imprensa para apresentar o esquema especial do evento, que gerou 25 mil empregos e movimentou R$ 1,7 bilhões em sua última edição.
5G no festival
Neste ano, os frequentadores do Rock In Rio poderão contar com uma novidade: a possibilidade de usarem o 5G. Ao todo, a Cidade do Rock contará com 25 estações que transmitirão o novo sinal, informou a operadora Tim. Uma das grandes vantagens do 5G é suportar mais acessos simultâneos, podendo conectar milhares de dispositivos ao mesmo tempo e com qualidade de navegação, transformando a experiência em lugares com grandes multidões.
"É a primeira vez que estamos colocando o 5G em um evento grande como esse. Para se ter uma noção, a Anatel exige uma estação nas capitais para cada 100 mil habitantes. Então, o número de estações que colocamos aqui será o equivalente a uma capital de 2,5 milhões de habitantes. Ou seja, temos a capacidade de atender muito bem a quem estiver presente", revela o CTIO da Tim, Leonardo Capdeville.
Ainda de acordo com Capdeville, além do 5G, os totens também transmitirão sinal 4G para aqueles que ainda não possuem smartphones com a nova tecnologia. A Tim criou uma sala de controle para monitorar o sinal e ajustar a rede caso necessário. "Nosso objetivo no final é entender como foi a experiência do usuário, o que estava no 5G e o que não estava. E tem um detalhe interessante também. Como estamos colocando uma cobertura muito boa do 5G, quem tem um aparelho com acesso a ela, deve migrar de rede, descongestionando o 4G, que também deve ficar mais rápido", completou Capdeville.
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