A confiança do consumidor caiu 0,4 ponto em outubro em relação a setembro, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 25, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 88,6 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 3,0 pontos.
"Após quatro meses de alta, a confiança dos consumidores se acomoda em patamar próximo ao período pré-pandemia. O resultado apresenta uma mudança de comportamento observado até o momento: com melhora das avaliações sobre o momento atual influenciada pelos consumidores de menor poder aquisitivo e uma revisão das expectativas para os próximos meses dos consumidores com maior poder aquisitivo", disse Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
"É possível que esse resultado esteja sendo influenciado pelo efeito das transferências de renda, redução da inflação pelo terceiro mês consecutivo e crescimento dos postos de trabalho. Apesar do resultado mais favorável para as classes de renda mais baixa, o endividamento das famílias e as taxas de juros mais elevadas limitam uma recuperação mais robusta", completou.
Em outubro, o Índice de Situação Atual (ISA) cresceu 1,2 ponto, para 74,5 pontos. O Índice de Expectativas (IE) recuou 1,5 ponto, para 98,7 pontos, após quatro altas seguidas.
A percepção sobre a situação econômica geral no momento atual subiu 0,8 ponto, para 83,1 pontos, maior nível desde fevereiro de 2020 (85,5 pontos). Já a avaliação sobre a situação financeira da família avançou 1,6 ponto, para 66,5 pontos, "nível ainda extremamente baixo".
Entre os componentes das expectativas, o quesito que mais contribuiu para a queda no mês foi o que mede o otimismo das famílias com a evolução da situação financeira nos próximos seis meses, com recuo de 2,7 pontos, para 98,1 pontos, após acumular alta de 19,5 pontos nos quatro meses anteriores.
O componente que mede o grau de otimismo com a situação econômica geral caiu 0,2 ponto, para 115,2 pontos. A intenção de compra de bens duráveis caiu 1,4 ponto, para 83,0 pontos. A análise por faixa de renda mostrou que o resultado negativo foi influenciado pelos consumidores com maior poder aquisitivo. Entre as famílias com renda de R$ 4.800,01 a R$ 9.600,00, a confiança caiu 6,8 pontos, para 91,5 pontos.
No grupo que recebe acima de R$ 9.600,01 mensais, o indicador caiu 3,1 pontos, para 91,5 pontos. Já para os consumidores com renda até R$ 2.100,00, a confiança subiu 8,3 pontos, para 84,6 pontos, e no grupo que recebe entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 mensais, houve alta de 4,7 pontos, para 86,4 pontos. A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 20 de outubro.
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