Rio - Considerado a inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,59% em outubro. O salto interrompeu três meses consecutivos de queda e foi ainda maior em alguns produtos da cesta básica. Confira os itens que mais subiram de preço no mês:
No ano, o preço da batata já subiu 48,07%, enquanto a cebola acumula alta de 78,92%. O tomate, no entanto, teve queda de 15,31% no período.
Já entre as quedas, destacam-se:
- Leite longa vida (-6,32%); - Óleo de soja (-2,85%).
O grupo Vestuário teve a alta mais intensa, 1,22%, mas a maior influência no índice geral veio de Alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Na sequência das maiores influências estão os grupos de Saúde e cuidados pessoais (1,16% e 0,15 p.p.) e Transportes (0,58% e 0,12 p.p.).
Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,70%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 6,47%. Em outubro de 2021, a taxa havia sido de 1,25%. A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira (10) pelo IBGE.
Para Lana Santos, especialista de Renda Variável da Acqua Vero Investimentos, o resultado é apenas o Brasil retornando à normalidade. "Historicamente, o Brasil é um país que navega com inflação positiva. As deflações do índice que havíamos observado, eram um reflexo da redução de tributos sobre combustíveis e telecomunicações. Mas com a proximidade das festividades de final de ano, férias, verão, e copa do mundo, a pressão inflacionária sobre o consumo superou o alívio da menor tributação, e estamos voltando a um nível de inflação mensal mais próximo da média", disse.
"Os serviços, em especial, seguem como os principais detratores da inflação, com vestuário (+1,22%), saúde e cuidados pessoais (+1,16%) correspondendo às maiores altas. Os transportes já saíram da tendência de deflação dos meses anteriores, e registraram alta de 0,58%. As telecomunicações permanecem puxando o índice para baixo, com queda de 0,48% da inflação no mês. O aumento sazonal da demanda, aliado a um período longo de auxílios fornecidos à população, trouxeram a inflação novamente a um patamar positivo. Esse impacto já era previsto pelo próprio Banco Central, que sinalizou a intenção de manter a Selic no alto patamar atual até meados do segundo semestre de 2023, isso se não contratar mais um aumento pontual até lá, antes de iniciarmos um ciclo de retração nos juros", finaliza.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.