O Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) teve um recuo de 0,8 pontos em outubro, se mantendo estável para o mês. O indicador chegou a 99,6 pontos, número superior ao registrado no mesmo período do último ano. Os dados serão divulgados nesta quarta-feira, 16, e pertencem à sondagem do Sebrae e Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O principal motivo da queda foi a perda verificada no Índice de Expectativa das MPE (2,5 pontos), chegando ao patamar de 96,7 pontos, que se afasta da zona de neutralidade. Os quesitos que compõem a previsão tornaram-se mais pessimistas. O destaque vai para a tendência dos negócios, que caiu 3,9 pontos, indo para 96,1, enquanto a demanda prevista empresarial recuou 3,9, fechando em 94 pontos.
O indicador é resultado da composição dos três principais índices de setores econômicos: Indústria de Transformação - que atenuou a piora da confiança para o mês -, Comércio, e Serviços que recuaram 2,7 pontos e 2,1 pontos, respectivamente.
“A percepção de piora, ainda que de forma modesta, é maior neste momento para as empresas de comércio e de serviços, mas todos os setores projetam agravamento nas perspectivas futuras, considerando o cenário econômico desafiador previsto para 2023, com uma política monetária restritiva, inflação acima da meta e uma desaceleração da economia internacional”, avalia o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Comércio
Após dois meses seguidos de alta, a confiança dos donos das MPEs do Comércio recuou 2,7 pontos em outubro (batendo os 98,1 pontos), saindo da zona de neutralidade.
Mesmo com as políticas de incentivos ao consumidor e a recuperação do mercado de trabalho, que contribuem para um maior consumo de bens, o resultado pode estar atrelado às incertezas que o país está passando e a um cenário de expectativa de desaceleração da economia para o próximo ano.
O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) teve uma queda ainda mais intensa, de 3,8 pontos, atingindo 98 pontos, o que mostra que, independentemente do porte da empresa, a redução na demanda tem afetado o setor como um todo.
Serviços
No setor de serviços, a confiança cedeu 2,1 pontos, descendo para 99,4, o menor nível desde abril de 2022 (97,8 pontos). A queda foi determinada tanto pelo momento atual quanto pelas perspectivas de curto prazo.
O Índice de Situação Atual das MPE do setor de Serviços (ISA-S-MPE) foi o que mais influenciou negativamente, recuando 2,4 pontos, para 100,6, mas ainda se mantendo acima da zona de neutralidade.
Indústria
Após três meses de quedas consecutivas, a confiança do setor da Indústria de Transformação (MPE-Indústria) apresentou um ligeiro aumento no mês de outubro: 0,8 ponto, alcançando 97 pontos, continuando abaixo do nível de neutralidade.
O resultado positivo das MPE da indústria decorre principalmente de uma melhora nas avaliações sobre o momento. O Índice da Situação Atual das MPE da Indústria de Transformação (ISA-I-MPE) subiu para 95,6 pontos, um total de 2,9 pontos, mas ainda não foi suficiente para compensar a perda acumulada dos últimos três meses.
O quesito que mais contribuiu para o resultado foi o nível dos estoques, o que significa que houve uma diminuição da proporção de empresas que afirmam estar com estoques excessivos no momento.
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