Presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac SidneyRafa Rezende/Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, destacou neste sábado, 4, que o setor privado deve ajudar o Poder Executivo com uma série de sugestões para avançar o Produto Interno Bruto (PIB) do País, com o foco na estabilidade e desenvolvimento econômico e social.
"Por que o setor produtivo, financeiro e não financeiro, não constrói, com o governo, uma proposta de novo arcabouço fiscal? Podemos e devemos, nós, os agentes econômicos, levar ao ministro da Fazenda nossas ideias de uma nova âncora fiscal, robusta e exequível."

Sidney afirmou que ele não defende "de forma imediata, como um fim em si mesmo, uma corrida desesperada para que a dívida pública se sustente. O que estou dizendo é que temos de perseguir um horizonte de tempo para alcançar receitas e despesas sustentáveis."

Ao participar do Lide Brazil Conference, em Lisboa, Portugal, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais, o presidente da Febraban apontou que o Brasil já registra um excesso de diagnósticos de seus problemas estruturais e cíclicos e são necessárias ações.
"O que quero dizer é que o Brasil continua patinando, ano após ano. Não estou me referindo ao governo atual, sendo um País de muitas análises e de poucas ações. Não saímos do lugar", destacou Sidney. "Temos experimentado um crescimento medíocre há bastante tempo, em vários governos, independentemente de pandemias e guerras. Já sabemos que crescimento e geração de emprego e renda são a política social mais eficiente que pode existir."

De acordo com o executivo, o país tem uma agenda de reformas que precisa ser retomada o quanto antes, sendo as três mais importantes a tributária, a do Estado e a melhoria do ambiente de negócios. "Há a necessidade de mudarmos o foco em relação à reforma tributária. Se fala muito e se faz pouco. Temos um debate já amadurecido no Congresso e precisamos avançar no que está praticamente pronto, que é a reforma tributária que incide sobre o consumo", observou.
Na última terça-feira, 31, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visitou a sede da Febraban acompanhado pelas ministras Simone Tebet, do Planejamento, Esther Dweck, da Gestão e Inovação Pública, e Carlos Fávaro, da Agricultura, além do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

A convite do presidente de Sidney, os ministros e o presidente do BNDES conversaram com membros do conselho da entidade. A reunião foi fechada, mas os chefes das pastas falaram com a imprensa ao deixar o local.

Ao lado das ministras do Planejamento e Gestão, Haddad disse que a reunião serviu para o governo apresentar aos bancos a sua nova agenda econômica. Essa agenda, segundo ele, é pautada na reforma tributária, no arcabouço fiscal e em mudanças no crédito.