Nos últimos três anos, cerca de 28 milhões de brasileiros aderiram à modalidade saque-aniversário e retiraram R$ 34 bilhões do FGTSMarcelo Camargo/Agência Brasil
Marinho avalia manutenção do saque-aniversário e garante mudança nas regras
Desde 2020, cerca de R$ 34 bilhões bilhões já foram sacados do FGTS na modalidade
Brasília - O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, recuou, mais uma vez, da sua decisão de acabar com a modalidade saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FTGS). Em entrevista ao jornal 'Valor Econômico', no entanto, ele prevê uma série de mudanças nas regras.
Marinho havia dito que iria propor o fim do saque-aniversário na reunião do Conselho Curador, que irá definir os rumos da modalidade, marcada para o dia 21 de março. Agora, recuou da proposta, após a reação negativa de diversos setores.
"Se permanecer, será com outras regras totalmente diferentes, mas não estou convencido ainda. Não podemos fazer o trabalhador de escravo", disse o ministro.
"Não descarto que acabe, podendo até ser mantido. Vamos decidir, não tem canetada. Eu acho um erro, mas estou aberto a refletir. Certamente mudanças haverá", finalizou Luiz Marinho.
Segundo o ministro, trabalhadores reclamam que, ao aderir à modalidade, têm os valores retidos por dois anos em caso de demissão do emprego. Para Marinho, o saque aniversário "enfraquece o fundo para investimento para gerar emprego".
O ministro parece confuso com relação aos rumos da modalidade de retirada. Esta é a segunda vez em que ele recua da sua ideia de extinguir a modalidade aderida durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A primeira declaração sobre um eventual fim do saque-aniversário havia sido dada em janeiro pelo ministro em entrevista ao jornal 'O Globo'. Em seguida, a própria assessoria de imprensa do ministério confirmou a informação de que a pasta pretendia encerrar a modalidade.
Desde a entrada em vigor do saque-aniversário, em abril de 2020, 28 milhões de trabalhadores aderiram à modalidade e retiraram R$ 34 bilhões do FGTS. Em média, R$ 12 bilhões são retirados por ano.
O FGTS é usado para financiar investimentos em habitação e, desde que Marinho assumiu a pasta no primeiro governo Lula, também pode ser usado pelo governo para financiar produção, projetos para gerar empregos e crescimento.
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