Segundo Fávaro, Haddad recebeu a proposta "positivamente"Valter Campanato/Agência Brasil

Brasília - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo negocia a suplementação de R$ 1,030 bilhão para equalização de crédito para o Plano Safra 2022/23, que se encerra em 30 de junho. A articulação foi iniciada em reunião no período da manhã desta quarta-feira, 8, entre Fávaro e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
"Viemos trazer a preocupação que o setor está há alguns meses com demanda reprimida de crédito, sem liberação das linhas de crédito para pré-custeio, custeio e investimento. Trouxemos ao ministro Haddad a proposta de complemento de recursos disponíveis para o Plano Safra 2022/23, de R$ 1 bilhão para equalização de taxa de juros, o que traria R$ 30 bilhões em recursos", afirmou o ministro a jornalistas, ao deixar o Ministério da Fazenda, onde se reuniu com Haddad. "Entendemos que esse valor é suficiente para chegarmos até o próximo Plano Safra."
Do montante total, segundo Fávaro, R$ 17 bilhões serão destinados a investimentos e R$ 13 bilhões para custeio, para pequenos e médios produtores. Do valor destinado a investimentos, a maior parcela irá para o Moderfrota, principal linha de financiamento de máquinas agrícolas, com verbas também para o Programa de Ampliação e Construção de Armazéns (PCA) e para o Proirriga.
O ministro citou que neste momento, em meio ao represamento de recursos, ocorre o grande circuito de feiras agrícolas, onde o produtor necessita das linhas de financiamento para novos investimentos. "É a hora que o produtor faz negócio, que adquire equipamento, máquinas e insumos para a próxima safra. Por isso, viemos trazer proposta de que o Tesouro possa fazer um complemento de recursos disponíveis para termos certeza que chegaremos até o próximo Plano Safra com recursos para produtor dar continuidade nas compras", acrescentou.
Ele disse ainda que a fonte para a complementação de R$ 1 bilhão ao plano agrícola será discutida pela equipe técnica da Fazenda, não sabendo ainda se virá de orçamento adicional das pastas ou de remanejamento de recursos do plano pelo Tesouro. "Será feito. Ele verá como será a forma. A suplementação com urgência do Plano Safra 2022/23 é um pedido do presidente Lula", afirmou.
Segundo Fávaro, Haddad recebeu a proposta "positivamente". Ele disse que já houve uma sinalização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o tema, sendo que o próprio Lula articulou a agenda entre os ministros. "É um desejo do presidente Lula alavancar o agronegócio e que foi transmitido ao ministro Haddad. Tenho certeza que isso muito em breve estará disponível aos produtores. A vontade política já está tomada, agora serão as formalidades técnicas", afirmou. "Haddad vai determinar à equipe dele imediata construção da liberação dos recursos."
As discussões para construção do Plano Safra 2023/24, válido a partir de 1º de julho, entre Fazenda e Agricultura também foram iniciadas, de acordo com Fávaro. "Viemos conversar sobre o Plano Safra 2023/2024, que vai começar a ser estudado. As equipes já estão trabalhando. Trabalharemos para ampliar e modernizar o Plano Safra, o fortalecimento do programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que será a linha mestra do nosso Plano Safra novo", antecipou.