Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do BrasilMarcelo Camargo/Agência Brasil
Em reunião nos EUA, presidente do Banco Central diz que mercado precifica queda de juro desde fevereiro
Avaliação consta na apresentação usada por Campos Neto durante evento promovido pela XP Investimentos
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu, em reunião com investidores em Washington (EUA) que desde fevereiro o mercado de juros futuros voltou a precificar cortes da taxa Selic - como já havia acontecido entre meados de agosto e novembro de 2022. Nessa época, a expectativa de redução atingiu 0,79 ponto porcentual no horizonte de seis meses.
A avaliação consta da apresentação usada por Campos Neto na reunião promovida pela XP Investimentos, conforme divulgação do BC.
Esse movimento de precificação de queda da taxa Selic se intensificou na terça-feira, 11, após o bom resultado do IPCA - índice de inflação oficial - de março (0,71%), com a curva já apontando para chance de um primeiro corte de juros no Comitê de Política Monetária (Copom) de junho.
Campos Neto destacou que, entre novembro e fevereiro, o mercado precificou alta de juros, que chegou a alcançar 1,26 ponto porcentual em um horizonte de seis meses. Foi em novembro do ano passado, conforme ele, que as expectativas de inflação de longo prazo entraram em trajetória de deterioração após ficarem ancoradas ao longo de 2022.
Na apresentação, porém, não houve menção ao resultado do IPCA de março. Na parte sobre a inflação, mostrando o resultado até fevereiro, o presidente do BC afirmou que a inflação vem caindo, mas que as pressões permanecem e que o componente de demanda é "relativamente forte", ao contrário do que argumentam membros do governo Lula, críticos da manutenção da Selic em 13,75%.
Ponto de atenção atualmente, o mercado de crédito também foi citado na apresentação, repetindo avaliação recente dos membros do Copom. Segundo o documento, há uma desaceleração em novas concessões e uma mudança na composição em direção a modalidades mais caras, com a taxa de inadimplência em alta.
Sobre a atividade econômica no Brasil, o documento aponta que o crescimento está arrefecendo este ano, embora as expectativas tenham melhorado recentemente.
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