Para Haddad, sites estrangeiros de comércio eletrônico praticam "concorrência desleal"Antonio Cruz/Agência Brasil
O que muitos vendedores que usam as plataformas fazem é se passar por pessoas físicas e fracionar produtos mais caros em vários pacotes, todos com nota abaixo de US$ 50. O governo promete acabar com isso. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, até nomes de famosos eram usados para evadir os tributos. Ele disse ainda que, para quem compra de maneira legal, "não muda nada".
"O problema que está identificado é na utilização de um comércio como se fosse de pessoa física para pessoa física de até US$ 50, quando na verdade é um contêiner com um número muito grande de itens vindos da mesma empresa com produtos fracionados e subfaturados para fazerem parecer que é uma negociação de pessoas físicas para pessoa física, muita vezes como nomes fictícios. Nomes às vezes de artistas de cinema são colocados ali", disse o secretário ao Jornal Nacional na noite de quarta-feira, 12.
Os produtos ficarão mais caros?
Marcello Marin, mestre em Governanças Corporativa e CFO da Spot Finanças, diz que o preço de alguns produtos deve ficar mais caro, mas a situação é mais complexa. Segundo ele, muitas empresas alegam que estão praticando livre comércio, mas, na verdade, cometem o "livre contrabando", ao buscar meios de não pagar o imposto.
Em nota, o Ministério da Fazenda diz que as mudanças vão, na verdade, beneficiar o consumidor que vai receber suas compras on-line "mais rápido, com mais segurança e qualidade". Isso porque os produtos terão o processo de liberação agilizado, a partir das informações prestadas pelo vendedor legal, enquanto ainda estiverem em trânsito para o país.
"Beneficiam-se também as empresas brasileiras, sobretudo as pequenas empresas, que são as que mais empregam e pagam corretamente os seus tributos", diz a nota.
Para Marin, a adoção de medidas para interromper as práticas irregulares é acertada e deve beneficiar o comércio brasileiro.
"Além desse fato, temos as empresas locais que pagam toda a nossa carga tributária que não é baixa e acabam sendo impactadas por produtos de baixo custo e sem impostos vindo principalmente da China", completa.
Ele ressalta, no entanto, que a fiscalização aduaneira é "um jogo de gato e rato", ou seja, os vendedores vão continuar tentando burlar a legislação vigente. "Não dá pra saber qual vai ser a nova forma de burlar o sistema, mas com certeza vai ocorrer", afirma.
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