Desempenho do agronegócio puxou a elevação do PIB em março, segundo a FGVInternet/Reprodução
Monitor do PIB da FGV aponta alta de 1,8% em março ante fevereiro
No primeiro trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 4,7%
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve uma elevação de 1,8% em março ante fevereiro, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com março de 2022, a atividade econômica teve expansão de 4,5% em março de 2023.
No primeiro trimestre de 2023, o PIB cresceu 1,6% na comparação com o quarto trimestre de 2022. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, houve crescimento de 3,6% no primeiro trimestre de 2023
"O expressivo desempenho da agropecuária (10,9%) é o principal responsável pelo crescimento de 1,6% da economia no primeiro trimestre na comparação com o quarto trimestre de 2022. Além disso, destaca-se também o desempenho positivo dos serviços com crescimento em praticamente todas as suas atividades, o que sinaliza certa resiliência deste setor no início de 2023. No entanto, é importante destacar que o crescimento da agropecuária foi bastante concentrado e não deve se manter neste ritmo ao longo do ano. A forte contribuição da produção de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura foram cruciais para o crescimento do PIB no primeiro trimestre; porém deve-se considerar que a maior parte da colheita de soja é realizada no primeiro trimestre, o que pode indicar maiores desafios ao longo do ano para a manutenção desse forte crescimento da economia", afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB - FGV, em nota oficial.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
No primeiro trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre de 2022, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 4,7%, puxado pelo consumo de serviços e de produtos não duráveis.
"O único componente do consumo a retrair nesta comparação foi o de semiduráveis", apontou a FGV, em nota.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma elevação de 0,2% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior. Entre os componentes, a construção cresceu 2,4%, e os outros ativos avançaram 4,1%, porém, o segmento de máquinas e equipamentos recuou 3,4%.
"O forte recuo registrado na FBCF de caminhões e ônibus é a principal razão para a retração do segmento (de máquinas e equipamentos)", informou a FGV.
A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 5,7% no primeiro trimestre de 2023, enquanto a importação caiu 2,1%.
Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 2,830 trilhões no primeiro trimestre de 2023, em valores correntes.
A taxa de investimento da economia foi de 15,7% no primeiro trimestre de 2023.
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