Presidente do Banco Central, Roberto Campos NetoPedro França/Agência Senado
Para Campos Neto, combustíveis ajudaram na queda das projeções para inflação no Focus
Na semana passada, a Petrobras anunciou redução nos valores cobrados por gasolina, diesel e gás de cozinha
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou nesta segunda-feira, 22, em seminário do jornal 'Folha de S.Paulo', as expectativas de inflação do Boletim Focus. Para 2023, a mediana tombou de 6,03% para 5,80%, de acordo com ele, "muito em função de preços de combustíveis". Na semana passada, a Petrobras anunciou nova política de preços de combustíveis e queda nos valores cobrados por gasolina, diesel e gás de cozinha.
O presidente do BC ainda avaliou que as expectativas de inflação longa "colaram" em 4% e estão persistentes. Segundo ele, a permanência dessas expectativas de 2025 e 2026 em 4%, longe do centro da meta de 3%, deve-se principalmente à incerteza sobre a meta de inflação, com "debate do governo".
Mas há efeitos relacionados ao fiscal, que, segundo ele, está sendo endereçado e ruídos entre governo e BC que leva à incerteza sobre o cumprimento dos objetivos pela autoridade monetária. "O tema da meta é predominante hoje. Mas já existem elementos para ver expectativas de inflação caindo", avaliou.
Segundo Campos Neto, a inflação brasileira atualmente se situa abaixo da média mundial. "Não que a inflação brasileira esteja dentro da meta, mas inflação global subiu muito", disse, completando que os núcleos de inflação, em 7,5% em termos anualizados, ainda estão muito acima da meta.
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