O tempo médio para a abertura de empresas no Brasil foi de um dia e seis horasInternet/Reprodução
Os dados constam do Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O Mapa traz o perfil das empresas por porte, setor e ramo de atividade, e os recortes por estados e municípios. O Boletim do Mapa de Empresas, com o compilado e análise dos dados dos primeiros quatro meses deste ano, foi divulgado nesta segunda-feira, 29.
Em números absolutos, São Paulo foi o estado com mais empresas abertas no quadrimestre, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Goiás. Juntos, estes estados concentram 75% das empresas brasileiras.
Em termos de crescimento percentual, porém, os estados que mais avançaram sobre o quadrimestre anterior, último de 2022, foram Tocantins (34,8%), Mato Grosso (32,9%), Rondônia (29,9%), Paraná (28,2%) e Roraima (27,1%).
Os dados são compilados e estruturados pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI), subordinado à Secretaria da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte e do Empreendedorismo (Sempe) do MDIC.
Para a diretora do DREI, Amanda Souto, a consolidação do tempo médio por volta de 1 dia mostra a assertividade das medidas de simplificação para abertura de novas empresas implementadas pelo governo federal e pelos estados.
“Com o avanço da padronização de procedimentos e fluxo nas 27 unidades federativas, esse indicador tende a cair ainda mais, além de refletir o avanço da digitalização e automatização dos procedimentos necessários para formalizar novos negócios”, completa.
Abertura e fechamento
Em contraponto à abertura de 1,3 milhão de empresas, foram encerrados no primeiro quadrimestre deste ano 736.977 CNPJs, saldo positivo de 594.963. O total de aberturas foi 21,8% maior do que no quadrimestre anterior e 1,6% menor em relação ao mesmo período de 2022. Já os fechamentos representaram aumento de 34,3% e 34,7%, respectivamente, nas mesmas bases.
Os estados com mais empresas abertas (SP, MG, RJ, PR, RS, SC, BA e GO) foram os que também tiveram mais empresas fechadas no período, em números absolutos – mais uma vez, 75% do total.
Em termos percentuais, relativamente ao quadrimestre anterior, o aumento de empresas fechadas foi maior no Acre (53,8%), em Roraima (49,0%), na Paraíba (45,8%), no Amazonas (44,3%) e no Mato Grosso (43,2%).
Tempo de abertura
O tempo médio gasto para abertura de empresas no primeiro quadrimestre — um dia e seis horas — representa aumento de seis horas em relação ao quadrimestre anterior, mas redução de 10 horas sobre igual período do ano passado. Esse tempo, de maneira geral, depende da capacidade de atendimento das Juntas Comerciais nos estados, incluindo sistemas de informática e números de funcionários, entre outros fatores.
Em relação às capitais, Curitiba (PR) e Aracaju (SE) registraram menor tempo de abertura, com média de apenas duas horas. Já Belém do Pará foi a que demandou mais tempo (2 dias e 22 horas), seguido pela cidade de São Paulo (1 dia e seis horas).
Setores, porte e perfil
Em linha com o cenário predominante da economia brasileira nas últimas décadas, 83,8% das empresas abertas no primeiro quadrimestre vêm dos setores de comércio e serviços – sendo que este último responde por 59,5%.
Os campeões de CNPJ abertos são para as atividades de promoção de vendas; comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios; preparação de documentos e serviços de apoio administrativo; cabeleireiros, manicure e pedicure; e obras de alvenaria.
A liderança de tais atividades se relaciona ao fato de 80,4% dos registros serem de MEIs. No primeiro quadrimestre, foram abertas 1.070.506 empresas nesse espectro, aumento de 25,4% em relação ao quadrimestre anterior e queda de 3,1% sobre igual período de 2022.
Em relação às MEIs, os números mostram equilíbrio entre os sexos, com 53,8% de homens e 46,2% de mulheres.
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