Pesquisa identifica aumento do consumo nas camadas de menor poder aquisitivoDivulgação

As classes D e E representam metade da população brasileira, que conta hoje com mais de 213 milhões de habitantes. Este percentual da nação tem em média uma renda mensal que varia entre R$1.300 e R$5.000, de acordo com o Instituto Locomotiva, sendo que metade deste ganho é utilizado em compras de supermercado.
Mesmo com a inflação alta em 2022, os consumidores da classe D e E lideraram a alta do consumo nacional, com crescimento de 5,2% em relação a 2021, segundo o relatório Consumer Insights, da Kantar. No total, a alta do país, ao englobar todas as classes no recorte de aquisição de bens de consumo massivos, foi de 2,7%, no ano passado.
“Apesar de esta parcela da população brasileira estar preocupada com os itens básicos de sobrevivência alimentar, ela ainda encontra, principalmente no varejo nacional, produtos de interesse e lazer, ajudando a impulsionar a economia nacional”, explica Rogério Albuquerque, head de marketing e produtos da Card.
Consumo variado por meios de pagamento pode explicar alta
No início dos anos 2000, se popularizou o cartão de crédito como um dos principais meios de pagamento do consumidor brasileiro. A partir deles, muitos cidadãos realizaram compras antes distantes da própria realidade. Atualmente, cerca de 70% dos brasileiros que fazem uso do cartão de crédito possuem três ou mais cartões, segundo o Serasa — número que evidencia o pico da popularidade que o meio de pagamento alcançou no país.
“O cartão de crédito hoje, além de ser um agente de compras grandes, é um facilitador do dia a dia, pois as empresas têm cada vez mais estimulado o uso do cartão na rotina, dando benefícios, como milhas, trocas de pontos por produtos e até cashback”, comenta Rogério.
A chegada do Pix também alavancou a estrutura econômica de pagamentos no país, possibilitando que o varejo físico e digital passasse a fornecer opções com desconto, por meio do pagamento instantâneo, que recentemente se tornou o principal meio de pagamento do país, representando 29% de todas as transações realizadas no Brasil em 2022.
“Mesmo com dificuldades e peculiaridades de um país ainda em processo de retomada econômica após a pandemia, é possível observar que o consumidor continua engajado nas compras, seja no ambiente físico ou digital. Assim, o varejo deve perceber as oportunidades e continuar a estimular este movimento daqui para frente”, finaliza o especialista.