Trabalhadores esperam ter reajuste salarial na faixa de 10%Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ADP, empresa especializada em soluções de gerenciamento de folha de pagamento e gestão de capital humano, acaba de lançar a People at Work 2023: A Global Workforce View, pesquisa global de tendências do mercado de trabalho conduzida pelo ADP Research Institute. O levantamento  ouviu cerca de 32 mil trabalhadores em 17 países (mais de 5 mil na América Latina). Ela aponta que as expectativas dos trabalhadores por aumento salarial dispararam neste ano.
No Brasil, 87% dos colaboradores esperam receber um aumento salarial de em média 10% nos próximos 12 meses. No ano passado, a expectativa média de ajuste salarial foi de 6,8%, no entanto 30% dos respondentes não tiveram nenhum aumento em 2022 e aproximadamente 20% obtiveram um aumento de até 3%. Cerca de 40% consideram que ganham menos do que merecem.

No mundo, a expectativa é ainda maior. Mais de oito em cada dez colaboradores (83%) esperam receber aumento salarial nos próximos 12 meses, seja no atual emprego ou em uma eventual mudança de empresa. Além disso, em média, querem um reajuste de 8,3% — pouco mais de um terço (34%) aguarda 10% ou mais, e um em cada dez (10%) gostaria de ter mais de 15%. Mais de quatro em cada dez trabalhadores (44%) acreditam que sua remuneração é menor do que deveria corresponder ao seu cargo ou função.

A expectativa de aumento de salário decorre do crescimento dos índices de custo de vida em vários países. Além disso, no ano passado, cerca de seis em cada dez trabalhadores (62%) receberam um reajuste na média de 6,4%, menor do que a previsão de 8,8% de inflação global do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Com o aumento da inflação, os trabalhadores em geral têm o impacto nos salários. Os trabalhadores na base da pirâmide estão sentido dificuldades para manter gastos essenciais, como aluguel, compra de alimentos e energia e mesmo trabalhadores com remuneração mais alta estão sentindo a pressão. Parece que levará algum tempo para o custo de vida voltar a níveis mais confortáveis”, avalia Mariane Guerra, VP de RH da ADP para a América Latina.

A pesquisa foi realizada on-line no idioma local. Os resultados gerais são ponderados para representar o tamanho da população trabalhadora de cada país. As análises são baseadas em dados da força de trabalho do Banco Mundial, que são derivados de informações do Iostat, o banco de dados central de estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a partir de 8 de fevereiro de 2022.