Meirelles afirmou que não há sinais concretos de que o Banco Central possa reduzir taxa de jurosPaulo Guereta/Parceiro/Agência O Dia

Na manhã desta quinta-feira, 22, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil nos dois mandatos mandatos de Lula, entre 2003 e 2011, e ministro da Fazenda do governo de Michel Temer, entre 2016 e 2018, realizou a palestra de abertura da primeira edição do Digital Finance Brasil, no Blockchain SP + SciBiz, no Campus da USP, em São Paulo. Ele comentoua manutenção da taxa Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em 13,75%, apesar da pressão que vem sofrendo do governo federal.
“As pessoas acham que o Copom é uma reunião de palpite. Na realidade, o Banco Central tem uma série de modelos que preveem a inflação”, afirmou. O ex-presidente do BC apoia a medida, já que, segundo ele, não existe sinal concreto que possa dar segurança para cortes de juros. “Do ponto de vista de política monetária e do ponto de vista do controle de inflação, ao contrário de grande parte dos países no mundo hoje, o Brasil está indo bem”.

Entre outros assuntos discutidos, Meirelles destacou a importância do Banco Central enquanto regulador do Real Digital, a primeira moeda virtual oficial do Brasil, que deve ser disponibilizada até o final de 2024. Além disso, defendeu a manutenção da taxa de juros pela instituição.

“Permitir que o Banco Central trabalhe no lançamento da sua própria moeda digital faz parte de um processo muito importante, que ajuda a consolidar o mercado e dar mais segurança a todos os envolvidos”, disse o ex-ministro da Fazenda. Para Meirelles, o fato de que esse mercado esteja regulado através de uma uma lei já aprovada pelo Congresso Nacional, “coloca o Brasil em um processo de liderança nesse mercado”.