Edifício-sede do Banco CentralMarcello Casal JrAgência Brasil

Em sua primeira manifestação pública desde que tomou posse como diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton Aquino, afirmou nesta segunda, 31, que o principal desafio da área hoje é a redução do quadro de funcionários, como já vêm destacando os seus colegas. "O grande desafio é humano. Precisamos reforçar o quadro de servidores, principalmente na área de fiscalização", disse na live semanal da autarquia, que teve como tema hoje "Como o BC fiscaliza um banco e protege o seu dinheiro?"
Mas Aquino afirmou que há como dar a "volta por cima", especialmente agregando mais tecnologia ao processo de supervisão bancária. "O sistema financeiro global é muito interconectado, tecnológico. Precisamos necessariamente cada dia mais utilizar tecnologia. Eu brinquei com o time que gostaria de ser lembrado como o diretor de Fiscalização que incentivou o uso intensivo de tecnologia no processo", disse, citando análise de dados, inteligência artificial e segurança cibernética.
O novo diretor ainda defendeu que a fiscalização bancária brasileira é uma referência no mundo e reconhecida por órgãos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Poucos supervisores bancários no mundo tem a quantidade de informação e capacidade de dar resposta tão rápida como o BC", disse, citando as informações diárias sobre liquidez bancária, por exemplo, algo que foi central em episódios de quebra de bancos americanos este ano.
"Temos modelo de supervisão vencedor e monitoramento robusto", completou, dizendo que uma agência de classificação de risco afirmou na semana passada que o Brasil "tem sistema financeiro sólido e muito bem supervisionado", sem citar nomes. Na semana passada, a Fitch, a DBRS Morningstar e a Austin Rating elevaram a nota soberana do Brasil.