Caixa Econômica FederalMarcelo Camargo/Agência Brasil
O assunto veio à tona em meio à divulgação do relatório de avaliação do Orçamento do 3º bimestre, quando o governo elevou a projeção de arrecadação em R$ 12,6 bilhões com "outras receitas administradas". Segundo o documento divulgado em julho, esse crescimento é justificado pela expectativa de transferência, por parte da Caixa Econômica Federal, de depósitos judiciais para a Conta Única do Tesouro Nacional neste ano.
As contas do governo federal fecharam o primeiro semestre de 2023 com rombo de R$ 42,5 bilhões, de acordo com relatório divulgado na última quinta-feira (27) pela Secretaria do Tesouro Nacional. Em junho, o déficit primário foi de R$ 45,2 bilhões.
O resultado de junho é o pior para o mês desde 2021, quando o rombo foi de R$ 84,8 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. No ano passado, o governo registrou superávit de R$ 14,6 bilhões.
O déficit ocorre quando a arrecadação do governo com tributos é inferior aos gastos, excluindo o pagamento de juros da dívida pública. Em contrapartida, o superávit é o oposto, ou seja, quando a receita é maior do que as despesas.
"A Caixa esclarece que a atual gestão informou ao Tesouro Nacional os valores relativos a depósitos judiciais que podem ser transferidos para a União assim que tomou conhecimento da situação. O banco está providenciando o repasse dos valores ao órgão", disse o banco em nota à Folha.
"Para apurar os motivos pelos quais os valores não foram transferidos anteriormente, a direção determinou a abertura de uma auditoria", finalizou.
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