Preço do mesmo remédio pode ter variação de até 127%, dependendo da farmáciaPixabay

O que é mais vantajoso: comprar um medicamento em uma farmácia física, podendo ganhar desconto, ou pela internet? É valido fazer uma pesquisa de preços em diferentes estabelecimentos antes de escolher um produto? Para responder a essas e outras dúvidas, a Proteste realizou um estudo inédito que indica as lojas mais baratas e mais caras, possíveis economias e variações de preço por mercadoria.
Foram coletados 1.117 valores de sete remédios de referência (não foram incluídos os genéricos), em 203 locais nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Porto Alegre. Os preços foram apurados em abril, mas, além disso, foi feita uma pesquisa on-line — para avaliar possíveis diferenças e entender as opções para o consumidor.

As diferenças começam nos mesmos municípios. Mas, principalmente, na comparação entre lojas virtuais e físicas, ficou claro que é mais econômico comprar nos sites. O preço médio de todos os remédios pesquisados na internet é mais baixo. “Os resultados reforçam a necessidade da avaliação antes de realizar suas compras. Consultar o preço na internet é rápido, fácil e pode dar uma ideia se o valor encontrado no estabelecimento físico é bom ou não, e isso pode ser feito na própria loja, pelo celular”, comenta Daniel Barros, especialista Proteste.

Outra dica importante, e que pode ser o primeiro passo, é consultar a lista no site da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para olhar o limite máximo de preço permitido — há um teto de valor nos remédios. Neste estudo, 91 preços estavam acima do estipulado pelo CMED, o que representa 8% do total.

Diferença de preço chega a 100%

A primeira avaliação se refere ao ponto de venda. Em três das quatro cidades — Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo —, os preços nas lojas físicas dobraram em alguns medicamentos. Na capital baiana, foi registrada uma variação de 127% para o Selozok: o menor preço encontrado foi de R$ 23,98 e o maior, de R$ 54,35, o maior índice entre os produtos avaliados no estudo. O Atesto teve a menor variação, 60%. Contudo, o valor do remédio é alto. oscilando entre R$ 373,20 e R 598,43. Com pesquisa, a economia pode chegar a R 225,23.

No Rio de Janeiro, a situação é semelhante. O preço da caixa de Dorflex variou de  R$ 14,99 a R$ 31,60 — diferença de 111%. O Amoxil registrou a variação de 45% — a menor de todas, com valores entre R 58,90 e R 85,46.
Porto Alegre foi a única das quatro cidades onde a variação ficou abaixo de 100%. A maior diferença registrada foi para o Dorflex (85%), com valores entre R$ 16,76 e R$ 30,94. A menor foi de 34%, para o Atesto, vendido entre R$ 387,30 e R$ 517,76 – uma diferença de R$ 130,46.

Farmácias aumentam os lucros

As farmácias registraram receita de mais de R& 80 bilhões em 2022, em comparação com os R$ 68 bilhões do ano anterior. O número de atendimentos também aumentou, ultrapassando a marca de 1 bilhão — foram cerca de 955 milhões em 2021. Os dados são da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). As vendas on-line representaram 105 milhões de unidades, com o crescimento anual de 20%.

Na compra pela internet, os preços são mais vantajosos. A variação média entre o físico e o on-line foi de 19%. A Proteste avaliou o valor cobrado no site das grandes redes que oferecem serviço em parte das capitais brasileiras. Em Salvador, o Atesto teve o maior valor na loja física (R$ 598,43); na loja on-line, foi encontrado por até R$ 239,23 – 126% de diferença. Mas o consumidor deve ficar atento à cobrança do frete e fazer as contas para saber se vale a pena optar pela compra on-line.