O 10º Congresso Internacional de Inovação segue em todo vapor nesta quinta-feira, 28, segundo e último dia do evento. As apresentações conquistam o público com soluções pouco vistas. Entre elas: um barco voador. A empresa AeroRiver criou uma embarcação capaz de voar sobre os rios a 150 km/h e chegar ao destino em um terço do tempo das lanchas mais velozes no mercado. A embarcação se chama Volitan.
O barco voador de 18 metros de comprimento poderá percorrer uma distância de até 450 quilômetros sem reabastecer, operando a uma altura de 5 a 10 metros da água. Além disso, o veículo emite menos CO2 do que embarcações e aeronaves.
“Nosso objetivo maior é resolver problemas logísticos na Região Amazônica. Estar no Congresso viabiliza conexões com possíveis investidores e parceiros, ampliando o alcance da AeroRiver”, ressaltou Lucas Guimarães, engenheiro aeronáutico e um dos sócios da startup.
O diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, falou sobre a importância desse tipo de inovação: ''O Sebrae acredita que a chave para o sucesso está na colaboração e na construção de redes. Trabalhamos ativamente para identificar vocações locais, estabelecer parcerias e trazer inovação para territórios onde é necessária”.
Tecido feito a partir de algas
As inovações também chegam ao mundo da moda. E por que não inovar ecologicamente? Pensando nisso, a startup Phycolabs iniciou a produção de uma fibra têxtil a partir de algas. A sustentabilidade nesta iniciativa se dá porque, diferentemente de componentes sintéticos, como poliéster e nylon, as algas possuem características ecológicas — já que são biodegradáveis — e estão disponíveis na costa brasileira.
De acordo com a fundadora da empresa, Thamires Pontes, que é mestre em Indústria Têxtil e Moda, a fibra desenvolvida à base de algas permite a combinação com outros produtos, como algodão, linho, rayon e cânhamo.
O tipo de alga pesquisada (Rhodophyta) é abundante no Nordeste, e o desenvolvimento do produto aponta para bons resultados em relação à resistência e tingimento. Thamires defende o debate sobre a sustentabilidade pelas indústrias.
“É muito importante entender o impacto ambiental dos produtos e como as escolhas dos consumidores podem impulsionar a inovação sustentável. Com a ecoinovação podemos reestruturar processos de produção, criar cadeias de suprimentos sustentáveis, melhorar a eficiência energética, promover a reciclagem e reutilização, entre outras práticas”, comentou.
Ela lembra que o projeto pode acabar parando no guarda-roupa das pessoas. ''A Phycolabs tem o compromisso de aliar tecnologia, inovação, respeito ao meio ambiente, às pessoas e também ao seu próximo look''.
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Impressão 3D para obter colágeno
Com o objetivo de obter colágeno humano, a startup Quantis, realiza um bioprocesso inovador de impressão 3D de tecidos humanos. Os tecidos bioimpressos podem ser utilizados em cirurgias, no ramo farmacológico e até em pesquisas contra o câncer. “Buscamos investimentos e parcerias para montar nossa primeira estrutura laboratorial e com isso acelerar vendas e desenvolvimentos”, conta Janaína Dernowsek, PhD em genética e uma das fundadoras da startup. O valor estimado da estrutura é de R$ 1,5 milhão.
Janaína explica que os tecidos bioimpressos já têm um mercado, mas que deseja avançar mais. “Nosso produto é vendido para universidades, hospitais e indústrias de cosméticos para projetos de P&D [Pesquisa e Desenvolvimento]. Estamos desenvolvendo também, junto com a indústria, produtos com maior valor agregado, mas que precisam de uma jornada mais longa para registro, como para o setor de oftalmologia”, relata a empresária.
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Congresso Internacional de Inovação da Indústria
Em sua 10ª edição, o congresso conta com a participação de 60 palestrantes (18 estrangeiros e 42 brasileiros). Entre os oradores, diversas figuras importantes para o cenário da inovação já discursaram no primeiro dia do evento.
Além disso, diversos estandes com inovações tecnológicas são atrativo do congresso, que começou nesta quarta-feira, 27, e termina nesta quinta-feira, 28. O evento acontece no São Paulo Expo, na capital paulista.
*O repórter viajou a convite da Confederação Nacional da Indústria
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