Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Marcelo Camargo/Agência Brasil
"A aprovação do projeto de lei da desoneração da folha dá mais segurança jurídica aos setores. Evita-se o quadro aflitivo que ocorre a cada fim de ano sobre a continuidade ou não da política de manutenção de empregos. A morosidade em aprová-lo, por outro lado, promove essa insegurança em todos, especialmente pelo fato de que um eventual veto teria impactos drásticos na inflação dos alimentos, com a alta direta dos custos com a elevação dos impostos", diz Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Adotada desde 2011, a desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Na prática, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas. O benefício, porém, perde a validade no fim deste ano se a prorrogação do prazo for vetada e o Congresso não derrubar o veto presidencial.
"É extremamente importante que haja a sanção presidencial da renovação até 2027. Isso porque esses 17 setores são altamente empregadores, sobretudo a indústria têxtil e de confecção, que é intensiva em trabalho. Neste momento, as empresas estão se estruturando para 2024, já fechando os seus contratos para o mercado interno e externo. Entendemos que é o momento de renovar essa possibilidade", diz Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), também defende a importância da medida. "Essa prorrogação tem de ocorrer logo, porque as empresas estão fazendo seus planejamentos para 2024 e precisam ter segurança jurídica para isso", diz.
Impacto da reoneração
Para Haroldo Ferreira, presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o prazo regimental para sanção do projeto, até 23 de novembro, está sendo seguido. Porém, quanto antes a medida for sancionada, mais previsibilidade as empresas terão para o ano que vem.
Um levantamento da Abicalçados aponta que uma possível reoneração da folha agregaria uma carga tributária extra de mais de R$ 1 bilhão em dois anos para as empresas calçadistas.
De acordo com Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), prorrogar a desoneração da folha de pagamento é fundamental para a indústria da construção.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, no caso da comunicação "a desoneração tem sido fundamental para não agravar ainda mais um setor que emprega muito, vem sofrendo profundas crises nos últimos anos e que só agora começa a encontrar caminhos de estabilização".
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), setor também afetado pelo projeto, afirma que "apoia todas as medidas que contribuam para o aumento da competitividade da nossa indústria, tanto no mercado interno quanto externo, e medidas que ajudem a baixar o custo Brasil e a gerar mais empregos".
O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) também ressalta a necessidade de renovação da desoneração da folha de pagamento para favorecer a manutenção de empregos. A entidade diz, porém, que "gostaria que a desoneração fosse horizontal, ou seja, aplicável e opcional a todo o setor de autopeças e a toda a indústria".
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