China explicou 52,3% do superávit da balança comercial do Brasil no acumulado do anoTânia Rego/Agência Brasil
A variação mensal do volume exportado foi de 4,7% e a das importações ficou negativa, com recuo de 3,2%. No acumulado do ano, o volume avançou 8,7% e as importações recuaram 2,4%.
A China explicou 52,3% do superávit da balança comercial do Brasil no acumulado do ano. As vendas para o gigante asiático avançaram 30,1% em novembro ante o mesmo mês de 2022 e 29,3% de janeiro a novembro ante igual período do ano passado.
Os Estados Unidos contribuíram com a redução do déficit de US$ 13,6 bilhões para US$ 1,6 bilhões. No acumulado do ano, os embarques cresceram 6,4% ante igual período de 2022 e, no mês, o avanço foi de 27,5% em novembro de 2022.
Nas importações, o relatório chama a atenção para a queda do volume importado dos Estados Unidos, de 21,1% na comparação do acumulado do ano. Na mesma comparação, as compras da China ficaram estáveis, enquanto as da Argentina recuaram 6,7% e as da União Europeia, 2,9%. Já as compras de países asiáticos excluindo a China tiveram avanço em novembro ante o mesmo mês do ano passado, de 15,6%, e de 9,5% no acumulado.
O volume exportado da agropecuária — com aumento de 25% na comparação interanual no acumulado até novembro — e o crescimento em volume das vendas externas da indústria extrativa (18,8%) contribuíram para o superávit recorde. No mês de novembro, a indústria agropecuária liderou o volume exportado, com variação de 51,9% em relação a igual período de 2022. A indústria extrativa elevou o volume exportado em 5,2% e o da transformação recuou em 6,1%.
O aumento das exportações é resultado do desempenho das commodities de maneira geral. Em volume, as vendas externas de commodities aumentaram 21,2% na comparação interanual de novembro e recuaram em 5,8% para as exportações de não commodities.
A variação das exportações em volume do complexo soja foi de 60,4% em novembro contra o mesmo mês do ano passado. Se considerada apenas a soja, o aumento da quantidade foi de 105,8% Por sua vez, o grupo de petróleo e derivados recuou 13,9% no mês de novembro.
Os preços caem para todas as commodities, exceto para o grupo de outros agricultores. A variação interanual dos preços foi negativa ao longo do ano, exceto em janeiro e fevereiro para as exportações. Para as importações, as exceções foram janeiro e março.
Com o recuo nos preços, a variação em valor das exportações foi avanço de apenas 1% no acumulado do ano. No caso das importações, o recuo no valor foi de 11,8%, explicado pela queda de preços e de volume.
Cúpula de chefes de Estado
O Icomex também trouxe anotações sobre a 63ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, realizada no último dia 7, no Rio de Janeiro. Foram destacados três fatos. Primeiro, a assinatura do acordo Mercosul-Singapura.
O país é o oitavo no ranking do destino das exportações brasileiras com participação de 2,3% e o 41º nas importações.
Até novembro de 2023, 65% das exportações brasileiras eram de óleos combustíveis e 15% de óleo bruto. "É pouco provável, pelo menos num horizonte de curto a médio prazo, que se diversifique essa pauta", diz a FGV. "O acordo pode ser um facilitador para as empresas brasileiras que usam as vantagens tributárias oferecidas pelo país", analisou.
Foi também assinado o Protocolo de Adesão do Estado Plurinacional da Bolívia ao Mercosul. A Bolívia é o 35º destino das exportações brasileiras e o 30º país de origem das importações brasileiras. As importações de gás natural representam 87% das compras brasileiras.
O terceiro ponto assinalado foi a não assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia, que seria um fecho que marcaria o término da presidência pró-tempore do Brasil no Mercosul.
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