Mudança é um leve ajuste na projeção para o IPCA deste anoMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Considerando as 74 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,76% para 3,79%. Para 2025, a projeção passou de 3,50% para 3,53%, considerando 71 atualizações no período.
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 32ª semana consecutiva - seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 32 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou no fim de janeiro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à da reunião anterior, de dezembro. Para 2025, também seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,25% ao ano.
Os economistas também revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus. A mediana para fevereiro de 2024 passou de 0,69% para 0,70%. Há um mês, a expectativa era de 0,65%. Para o IPCA de março, a estimativa passou de 0,28% para 0,27%, de 0,31% um mês antes. Já para abril, a previsão para o indicador seguiu em 0,38%, mesmo nível de quatro semanas atrás.
Os especialistas do mercado financeiro reduziram levemente a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses, de 3,82% para 3,77%, de 3,87% há um mês.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.
Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já estava um mês atrás. Considerando as 33 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 27ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 29 semanas.
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
A Lei Orçamentária Anual de 2024 prevê superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano (0% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras".
A estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 continuou em 6,80% do PIB, ante 7,00% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.
A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2024 permaneceu em 63,60%, ante 63,25% de um mês atrás.
Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado seguiu em 0,60% do PIB, ante 0,66% há quatro semanas. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado prevê uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano.
O déficit nominal projetado para 2025 seguiu em 6,29% do PIB, ante 6,39% de um mês atrás. Já a estimativa para a dívida líquida passou de 66,00% para 66,25% do PIB, ante 66,55% de quatro semanas antes.
No fim de janeiro, o Copom cortou a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões - no plural.
No encontro do mês passado, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 28ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 27 semanas.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2024, a projeção passou de US$ 76,90 bilhões para US$ 76,45 bilhões, contra US$ 75,00 bilhões há um mês. Para 2025, a mediana passou de US$ 68,90 bilhões para US$ 70,00 bilhões, ante US$ 68,50 bilhões de quatro semanas atrás.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) é mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes. A mediana das previsões para o IDP em 2024 passou de US$ 69,84 bilhões para US$ 66,50 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 65,00 bilhões. Para 2025, a estimativa passou de US$ 75,65 bilhões para US$ 74,05 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de um mês antes.
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