Kristalina Georgieva destacou a necessidade de criação de instrumentos para financiar a transição climáticaAFP/Arquivos / NICHOLAS KAMM
Temos sido um pouco lentos no enfrentamento da crise climática, avalia diretora do FMI
Segundo Kristalina Georgieva, ações de enfrentamento do aquecimento global exigem por ano recursos da ordem de, no mínimo, US$ 2 trilhões
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou nesta quarta-feira, 28, a necessidade de criação de instrumentos adequados para financiar a transição climática, dada a falta de recursos destinados atualmente a este objetivo.
Ao falar sobre inovação financeira para clima em evento promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em paralelo à reunião ministerial do G20 em São Paulo, Georgieva avaliou que o mundo tem avançado devagar nas ações contra a crise climática. Hoje, os investimentos somados dos países permitem uma redução de apenas 11% nas emissões de carbono, quando o objetivo é cortá-las entre 25% e 50%.
Conforme a representante do FMI, ações de mitigação do aquecimento global e transição climática devem ser tratadas pelos países como prioritárias, uma vez que choques das adversidades no clima prejudicam negócios e as economias. O problema, emendou, é que os recursos necessários nessa frente são da ordem de US$ 2 trilhões por ano, ou US$ 3 trilhões, a depender da conta. "Ainda não temos este valor", disse Georgieva
Para chegar lá, a diretora do FMI pontuou que o primeiro ponto a ser considerado é que os países ainda investem em iniciativas que geram problemas. Georgieva também associou a agenda climática à saúde fiscal dos países, uma vez que os investimentos públicos dependem da capacidade dos governos de arrecadar e da qualidade dos gastos.
Ao concluir sua fala, a diretora do FMI disse que a mobilização de recursos é difícil, mas não impossível. Nesse momento, ela lembrou uma fala de Pelé, rei do futebol, que faleceu em dezembro de 2022. "Pelé disse: 'quanto mais difícil for a vitória, maior será a felicidade de vencer. Então, vamos vencer nessa mobilização", concluiu.
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