Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco CentralReprodução / FGV Ibre
Decisões do Copom estão sendo tomadas com base no centro de metas da inflação, diz diretor do BC
São elas: a questão fiscal, os preços relativos, a condução da própria política monetária e um componente de inércia
O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, disse que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) estão sendo tomadas com base no atingimento do centro da meta da inflação. Em entrevista ao programa Economia Pra Você da BandNews TV, cuja íntegra foi transmitida na noite da quinta-feira, 11, Picchetti reforçou que há quatro explicações possíveis para a desancoragem das expectativas de inflação no País.
São elas: a questão fiscal, os preços relativos, a condução da própria política monetária e um componente de inércia.
Em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, Picchetti já havia mencionado esses quatro pontos.
Relação direta entre empregos e salários e salários e preços
O diretor do Banco Central afirmou ainda que não existe relação direta entre empregos e salários e salários e preços. "É claro que existe no caso de um mercado de trabalho mais apertado uma pressão sobre salários, e isso vem acontecendo", comentou Picchetti, na entrevista ao programa da BandNews TV.
Ele disse que grande parte da recomposição dos serviços e dos preços relativos ainda é efeito da pandemia da covid-19.
"Quando a gente diz que tem que monitorar o mercado de trabalho, é justamente para ver se esse desequilíbrio não vai continuar daqui para a frente", comentou, acrescentando que a leitura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março foi muito positiva, ao mostrar arrefecimento nos serviços.
Incerteza nos EUA
Na avaliação do diretor Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, a incerteza aumentou muito nos Estados Unidos após a recente divulgação de dados econômicos distintos do esperado pelos analistas.
"O Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano] pode, nesse contexto em que a atividade segue forte e a inflação não converge para a meta, manter a política restritiva por mais tempo", disse Picchetti.
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