Ministro Fernando Haddad durante cerimônia de lançamento do Programa AcreditaDivulgação: Ricardo Stuckert
No discurso, Haddad citou o instrumento de hedge, que foi iniciado em reunião em Dubai, com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn.
Na avaliação de Haddad, um dos maiores legados do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na economia foi o acúmulo de moedas fortes.
"Esse foi um legado inestimável porque eu tenho segurança em dizer que a crise de 2008 e a pandemia da covid-19 não teriam o desfecho que tiveram sem que o senhor Lula tivesse prevenido o País para essas crises", afirmou o ministro. "Porque um país tem que ser previdente e o senhor tomou as medidas corretas daquela época de blindar o Brasil de solavancos."
Haddad pontuou que "a volatilidade do real caiu muito desde então, mas ela ainda é muito elevada". De acordo com ele, diante do cenário, a gestão federal desenvolve um produto que é uma "espécie de seguro de longo prazo que coíbe as variações abruptas do câmbio".
Potencial do mercado secundário de crédito imobiliário
O ministro da Fazenda destacou ainda o potencial de desenvolvimento do mercado secundário de crédito imobiliário no Brasil a partir das medidas lançadas nesta segunda-feira, assim como o impacto desses instrumentos no crescimento econômico. Segundo Haddad, os pares do País têm entre 25% e 30% do PIB em crédito imobiliário, enquanto o Brasil tem apenas um terço disso.
No discurso, o ministro da Fazenda afirmou também que o desenvolvimento do mercado de crédito é "imprescindível" para o desenvolvimento econômico e ressaltou o papel da construção civil na elevação do PIB.
"Nenhum país que tenha elevados patamares de crescimento fez isso sem passar pela construção civil", disse Haddad, que ainda relembrou os programas implementados no ano passado, como o Desenrola e o Marco das Garantias - o segundo, afirmou o ministro, importante para a redução dos spreads bancários. "Vamos mostrar relatório para o presidente. O marco de garantias vai diminuir muito os spreads bancários", comentou.
Pronampe
O ministro da Fazenda afirmou também que o grande problema do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que o governo quer endereçar, está no impedimento à renegociação. "Ele foi originalmente pensado para impedir isso, causando problemas a pequenas empresas, que ficaram sem acesso ao sistema bancário", disse.
O ministro do Empreendedorismo, Márcio França, acrescentou ainda que o grande diferencial entre o Pronampe e o ProCred 360 será o público, que é restrito a MEIs e microempresas com faturamento de até R$ 360 mil ao ano. "No Pronampe, as grandes empresas acabavam pegando o crédito", comentou.
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