Rui Costa, ministro-chefe da Casa CivilRafa Neddermeyer/Agência Brasil
Rui Costa alfineta BC e diz que governo tenta antecipar o que instituição resiste em fazer
Ministro criticou custo de financiamento de projetos de infraestrutura
Após o Banco Central, em decisão rachada, reduzir o ritmo de corte da taxa de juros, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, voltou a criticar o patamar da Selic, hoje em 10,50% ao ano. No Fórum da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Costa deu duas alfinetadas na instituição financeira ao falar do custo de financiamento de projetos de infraestrutura, classificando como "inadmissível" a manutenção da lógica atual.
"Temos a orientação do governo para o financiamento do BNDES, queremos financiar na melhor condição possível, se o BC permitir, porque é inadmissível a manutenção dessa lógica da maior taxa de juros do mundo, juro real. Nós queremos financiar o objeto do projeto, do leilão. Não queremos financiar juro subsidiado, não é o objetivo", disse o ministro, que é responsável por liderar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dentro do governo.
Em seguida, Costa afirmou que o governo tem uma busca "permanente" de atrair recursos a custos mais baixos para financiamento de projetos, numa tentativa de "antecipar o que o Banco Central resiste em fazer".
"O volume de recursos será destinado a financiar o objeto do projeto. Com isso, queremos alavancar o número de projetos e reduzir o custo dessa prestação de serviço para a população, e com isso entendemos que vamos alavancar mais projetos e empresas, além da busca permanente do BNDES e do presidente Lula, no sentido de atrair recursos a custos mais baixos para financiar o projeto e tentar antecipar o que o Banco Central resiste em fazer que é trazer o patamar de juros do Brasil para o que é o comportamento global", concluiu o ministro da Casa Civil.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), de um lado, os quatro indicados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, votaram por uma redução de 0,50 ponto porcentual. Do outro lado, cinco diretores que estavam no BC antes da chegada de Lula optaram por um corte menor, de 0,25 ponto porcentual.
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