Rio - Ao contrário da queda de faturamento que ocorreu em muitos setores durante a pandemia de covid-19 (2020-2022), as empresas de cuidados com animais domésticos estiveram em constante crescimento. O mercado se expandiu porque muitas pessoas adotaram ou compraram pets para ter uma companhia durante o período de isolamento. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o setor faturou R$ 68,7 bilhões em 2023, um aumento de 14% em relação a 2022. Essa tendência de crescimento faz com que os serviços e espaços para os animais de estimação invistam permanentemente em estratégias para conquistar e fidelizar clientes, principalmente com o lançamento de novos produtos e serviços diferenciados.
O Brasil possui mais de 167,6 milhões de pets. O Estado do Rio de Janeiro concentra a terceira maior população (9%) desse total. São mais de 14,4 milhões de animais de estimação residindo no estado.
"Esse número é inferior apenas a São Paulo e Minas Gerais, primeiro e segundo colocados, respectivamente, e coloca o Estado do Rio a frente do Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia", aponta o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França.
De acordo com o levantamento feito pela associação a pedido do O DIA, o Rio de Janeiro tem cerca de 6,5 milhões de cães, 4,4 milhões de aves canoras e ornamentais, mais de 2,8 milhões de gatos e aproximadamente 740 mil peixes ornamentais. Em todo o Estado, são cerca de 5,5 mil lojas que comercializam rações e acessórios para pets, e em torno de 600 clínicas especializadas no setor.
Já dados do Sebrae Rio mostram que atualmente 97% das 20,2 mil empresas do segmento pet no Estado são pequenos negócios — 12,6 mil microempreendedores individuais (MEI), 5,9 mil microempresas e mil empresas de pequeno porte. O Brasil possui mais de 285 mil empresas voltadas para o setor.
"Durante a pandemia de Covid-19, no ano de 2020, houve aumento na adoção de animais de estimação e, consequentemente, crescimento na demanda por produtos e serviços especializados", aponta a entidade.
Das mais de 20 mil empresas, 38% estão localizadas na capital fluminense, 16,5% na Baixada Fluminense e 13% na Região Leste Fluminense. No ano passado, 3,4 mil empresas do setor foram abertas no Estado e, na comparação com 2022, houve um crescimento de 7,6%. O Sebrae ainda estima um crescimento de 87% no mercado pet até o ano de 2026.
Segundo o levantamento da Abinpet, o mercado pet brasileiro registrou um faturamento de R$ 68,7 bilhões em 2023. Em relação a 2024, com base no desempenho do setor no primeiro trimestre, aponta que as vendas crescerão em torno de 11%, alcançando a marca de R$ 76,3 bilhões.
"Observamos que, mesmo quando existem desafios econômicos, as famílias continuam a oferecer produtos para os animais de estimação. Há até mesmo quem economize com outros gastos para não deixar de oferecer o alimento específico para a raça e espécie do seu pet", ressalta o presidente-executivo da Abinpet.
"Cada vez mais, esses animais são parte das famílias. Esse é um dos motivos que explicam o crescimento do setor, mas há também que se levar em conta a inflação e nossa carga tributária. A cada R$ 1 gasto pelo consumidor, pelo menos R$ 0,50 são impostos, pois o alimento para animais de estimação, por exemplo, ainda é considerado produto supérfluo no Brasil. Mesmo com os dados que apontam que, em média, existe 1,6 pet para cada residência no país", aponta França.
O presidente da entidade acredita que a tributação adequada ao setor faria com que mais tutores pudessem fornecer produtos de melhor qualidade para os seus animais e, como consequência, o mercado iria obter resultados ainda mais expressivos.
"Esse cenário cria dificuldades para as famílias e os animais. Por exemplo: há também aqueles que, em um segundo momento, passam a oferecer restos da alimentação humana para os pets, buscando economizar. Mas esse hábito é prejudicial à saúde dos animais", explica.
"Uma tributação mais apropriada para o setor poderia fazer com que mais famílias tivessem acesso aos produtos pet, e que nosso crescimento estimado fosse mais alto do que os atuais 11% projetados para 2024", acrescenta.
Faturamento por segmento
Os dados da associação também mostram o faturamento do setor por segmentos. O Pet Food, que é a venda de alimentos industrializados para animais de estimação, indica vendas na casa de R$ 41,7 bilhões (54,7% do total) e um crescimento de 9,5% frente a 2023.
Em seguida, a venda de animais de estimação diretamente dos criadores tem a projeção de movimentar R$ 8,1 bilhões (10,6% do faturamento total e alta de 11,6% em relação a 2023). Em terceiro lugar, vem o segmento Pet Vet, que é a comercialização de medicamentos veterinários, com R$ 8 bilhões (10,5% do faturamento do mercado e a projeção de alta de 16,1% para 2024).
Os demais segmentos são serviços veterinários (R$ 7,5 bilhões, 9,9% de alta e uma fatia de 14,2% do mercado), serviços gerais (R$ 6,4 bilhões, 8,5% e 9% respectivamente) e Pet Care, os produtos de higiene e bem-estar animal (R$ 4,4 bilhões, 5,8% e 12,7%).
O levantamento da Abinpet ainda aponta a projeção dos canais de acesso dos consumidores aos produtos e serviços do setor. Com uma fatia de 48,7%, os pet shops pequenos e médios representam praticamente metade de todo o dinheiro movimentado pelo varejo pet. Esse canal de acesso prevê um faturamento de mais de R$ 37 bilhões em 2024.
As clínicas e hospitais veterinários se mantêm como segundo principal canal de acesso aos produtos e serviços. Com a projeção de faturar R$ 13,6 bilhões, representam 18% do faturamento total. Em seguida estão os pet shops, com previsão de mais R$ 7 bilhões, equivalente a 9,4% da categoria.
Com 7,6% da fatia do mercado, o e-commerce pet projeta mais de R$ 5,8 bilhões de faturamento. Enquanto o varejo alimentar alcança 7,6%, faturando cerca de R$ 5,5 bilhões.
Inovação dos serviços no setor
Nas últimas décadas, observou-se o fenômeno de humanização dos pets, que passaram a conviver mais próximos de seus tutores, com tratamento mais íntimo e familiar. Como membros da família, recebem cuidados que vão cada vez mais além das necessidades básicas.
Essa tendência fez com que os serviços e espaços para pets tenham que se adequar cada vez mais a essa necessidade. Com isso, também surgiram novas possibilidades de negócio como: refeição natural, creches, lavanderias especializadas, spas, festas para pets, serviço funeral e plano de saúde, dog walker (passeador de cães) e pet sitter (babá de pet).
O petshop Yogapetz é um desses novos negócios. O estabelecimento oferece terapias alternativas para animais de estimação de todas as idades e tamanhos. Com uma abordagem diferente, além dos banhos relaxantes em banheiras vitorianas e tosa, o local tem o seu atendimento voltado não somente para estética dos animais, mas também para proporcionar um tratamento complementar, visando a amenizar o estresse e a ansiedade dos bichinhos por meio de técnicas como reiki, cromoterapia e florais.
"Como eu tenho a formação e esse lado holístico, sou formada em Yoga, fiz cursos. Já fazia esse tipo de trabalho em humanos e pensei: 'Por que não aplicar isso nos animais?’' Eles são a nossa extensão, são os nossos filhos", explica Márcia Abbade, terapeuta holística, professora de Hatha Yoga e responsável técnica pela Yogapetz. "Então eu resolvi inovar, ter esse espaço para proporcionar mesmo o bem-estar para o pet", acrescenta.
Abbade explica que o reiki é uma técnica japonesa milenar, que não usa qualquer tipo de amuleto, apenas energia, não tem toque, e pode auxiliar no corpo, mente e o emocional dos animais.
"É feita uma energia com as mãos. A gente vai colocando certo ponto no animal para ajudar em várias necessidades, tanto para ansiedade, agressividade, vai depender da necessidade de cada pet", afirma.
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O trabalho também pode ajudar animais que possuem histórico de maus-tratos. "Junto com outras terapias, como florais, pode ajudar muito", destaca.
Cada sessão de reike dura cerca de 30 minutos. A energização vai depender da necessidade do pet. O valor varia entre R$ 60 e R$ 80. O pet passa por uma avaliação com o tutor para saber o histórico. "Cada um tem uma história individual para ter o seu tratamento", ressalta a terapeuta holística.
A proprietária do estabelecimento, que fica localizado no Leblon, Zona Sul do Rio, é mãe de pet e conta que também resolveu implementar um sistema no qual os clientes podem acompanhar todo o banho e a tosa de seus amados bichinhos. Ela relata que já teve experiências em que os seus "filhos" retornaram com feridas. Abbade quis proporcionar uma experiência diferentes, tanto para os animais quanto para os tutores.
"Eu tive dificuldade de ter um lugar onde eu pudesse acompanhar o banho. (...) Já tive um cachorro que ele chegou com as partes íntimas queimadas, com luxação na patinha. Então você deixa o pet tomando banho e não sabe o que acontece lá dentro", lamenta.
"Aqui o cliente pode acompanhar, ficar ali sentado e acompanhar toda a situação, tudo o que está acontecendo com o cachorro em tempo real. Nós temos também uma câmera Wi-fi dentro da área do banho. Quem não puder ficar para acompanhar e quiser a gravação, a gente fornece para o tutor se certificar que deu tudo certo", disse.
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As creches para pets têm sido uma alternativa para aliviar o estresse do cão, do próprio dono e uma solução para os tutores que passam o dia fora de casa e não podem dar a devida atenção para seus bichinhos, principalmente pós-pandemia. Neste novo cenário, em que os pets se acostumaram a estar sempre perto do tutor, a ansiedade de separação se tornou um problema com a volta da rotina.
"Os cães estavam sentindo essa mudança, os donos sem poder sair com eles na rua e os próprios cães começaram a ficar muito nervosos. Como nós oferecemos transporte, podemos buscá-los e levá-los sem ter qualquer problema para os donos", explica Fabiana Elkind Velmovitsky, proprietária do Club Pet.
Além do serviço de hotelaria para cães, gatos, aves e animais silvestres, o estabelecimento oferece terapia holística, hidroesteira, peluqueria, Day Care, festas de aniversário e eventos, serviços de clínicas veterinárias e fisioterapia.
É um mercado que está sempre se reinventando e tem sempre uma boa procura. Ao mesmo tempo em que há estabelecimentos que fecham, tem sempre aqueles que querem crescer e querem investir por conta da sua paixão pelos animais", pondera Velmovitsky.
Ela conta que o amor pelos animais vem desde criança; cresceu cercada por 16 cães. Em 2013, mesmo exercendo a profissão de advogada, resolveu trabalhar com a sua verdadeira paixão, os pets.
"Com isso, poder ajudar animais em situação de risco. Então, convidei minha sócia, que tem a mesma paixão. Tenho três cães e uma gata. Sempre adotamos, e o Club surgiu também pela nossa vontade de ajudar os animais em situação de vulnerabilidade. (...) O nosso trabalho é voltado para doar alimentos e várias ONGs mensalmente, a gente faz vários eventos e em todos eles tem feira de adoção", explica.
No local, a hospedagem de gatos e animais silvestres é feita em suítes individuais, com ar condicionado, tela de proteção. O dono pode "montar" a suíte da forma que for deixar o animal mais à vontade.
"Há uma tendência de humanização dos animais, até porque alguns tutores preferem não ter filhos e os animais são os seus filhos. Então a gente se preocupa em proporcionar um trabalho de excelência, no qual os cães ficam 100% do tempo livre. A gente entende que a grande maioria fica solta em casa, então não tem por que ficar preso com a gente", diz.
"A ideia é que eles fiquem soltos 24 horas por dia, com acompanhamento dos monitores. Eles não dormem presos, não têm baias e qualquer eventualidade que aconteça, inclusive à noite, tem gente para socorrer", acrescenta.
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Contando com três unidades — no Leblon, na Barrinha e em Niterói —, o serviço é contratado pelo prazo de escolha do tutor do animal. Seja por algumas horas, dias, apenas para frequentar a creche ou para hospedagem. O estabelecimento também possui cães que moram no local, com hospedagem permanente.
Diferente da hospedagem, o valor da creche é dividido pelo porte do animal. O preço cobrado por um dia é de R$ 120, mas há pacotes de creche de R$ 50 por dia, variando de acordo com a frequência.
Já em relação à hospedagem de cachorro, o valor mais caro do serviço é R$ 180, além dos planos que variam de acordo com o tempo que os animais irão permanecer no local, com diárias de R$ 90. Para gatos, a diária mais cara é no valor de R$ 145, além de planos que custam R$ 90.
"Temos espaços climatizados e com tratamento acústico e também ao ar livre, com lâmina d'água, cachoeirinha, piscinas de bolas, túneis e vários outros brinquedos. Durante o dia, são feitas diversas atividades com os cães, estimulando a socialização e o gasto de energia. Nosso objetivo é unir as necessidades primitivas dos animais ao ambiente urbano e limitado em que vivem, tornando sua rotina diária muito mais saudável e feliz", concluiu.
Filhos de quatro patas
Os pets e os seus tutores estabelecem uma conexão de afeto quase como de pais e filhos. A estagiária de Tecnologia da Informação (TI) Clara lino, 21 anos, conta que que cresceu cercada por animais e que sua paixão pelos bichos é de família
"Minha mãe sempre foi apaixonada por animais, e eu cresci com isso. Toda a minha família gosta muito de animais. Então acho que essa paixão veio dela. Fui vegetariana por uns seis anos, porque não queria mais comer animais, então sempre tive um carinho fora do normal por qualquer bicho. Sempre falo que a minha causa de vida são os animais", relata.
Clara tem dois cachorros e explica que, além dos gastos básicos como ração, vacinas, veterinário e remédio, o principal investimento nos pets é a atenção.
"Carinho, muito passeio, três vezes ao dia e brincar. Costumo gastar com ração, sempre estou comprando brinquedo. O banho às vezes a gente dá em casa, mas a maioria das vezes é no pet shop", afirma.
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A jovem ainda relata que tem relação de mãe e filhos com os cães: "Não vejo a minha sem eles. Eu sempre tive cachorro desde quando nasci, mas eles foram os primeiros que a responsabilidade foi minha. Trato eles como filhos. Dia das mães eu comemoro como 'mãe de pet'. Tenho um amor incondicional por eles", comenta.
"O ser humano tem que ter um companheiro, um amiguinho, independente de qual tipo de animal doméstico. Ele muda a vida das pessoas, é essencial. Tem gente que diz que não é muito chegada, mas acho que é porque não conhece, não sabe como é ter esse contato", avalia Clara.
A jornalista Carolinne Rigotti, de 30 anos, também é apaixonada pelos animais. Ela cuida de pelo menos oito gatos e conta que o seu sonho era ser veterinária.
"Quando nasci, meus pais já tinham gatos. Cresci em uma vila com outros animais e, infelizmente, em um local que sempre teve muito abandono. Então desde muito nova também tenho esse contato com os bichos", explica.
Através da adoção, ela encontrou um outro jeito de ajudar os bichinhos: "Uma pessoa achou de bom tom soltar os cachorros toda madrugada e os animais da rua acabavam brutalmente assassinados. Assim como outras situações de maus-tratos, envenenamento, atropelamento e por aí vai. Então eu e meus pais acabamos 'obrigados' a iniciar essa missão. Passei muitos anos apenas com um gato e uma cachorra. Lá na casa deles, têm muitos outros, eu trouxe 'só' oito porque me mudei para apartamento".
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Ela conta que os gastos, na maioria das vezes, são os mesmos: ração, areia higiênica, vermífugo de seis em seis meses e atendimento veterinário para fazer check-up anual e em casos de emergência. "Claro que já aconteceram casos de doença, por exemplo, nos quais o gasto era muito maior do que o normal", pondera.
Rigotti ainda ressalta que não pretende adotar mais animais para preservar o ambiente e o habitat dos oito que já fazem parte da família "Tem que ter muito cuidado para não acabar virando uma questão de acúmulo e acabar sendo prejudicial para os animais", alerta.
"Minha melhor amiga é veterinária, então também temos esse acompanhamento profissional mais próximo. O amor pelos animais infelizmente não é o suficiente. São gastos, local adequado, devidamente telado, comida, emergências... É preciso ter responsabilidade. Afinal, é uma vida que está ali e depende de você para praticamente tudo", conclui.
Carolina Maria de Azeredo, de 29 anos, relata que sempre teve paixão pelos animais. Desde pequena almejava trabalhar cuidando deles, por a partir daí que nasceu a vontade de ser médica veterinária.
"Quando era criança, falei para minha família que queria ser médica de bicho e perguntei se isso existia. Devia ter uns 5 anos e ainda tenho essa lembrança. Uma prima me disse que o nome era veterinária", conta.
"Eu sempre gostei de animais, principalmente de felinos. Achava lindo, elegante como eles se comportavam, me identificava bastante. Há essa cultura de as pessoas colocarem o gato como uma coisa ruim, um animal traiçoeiro, como um animal que não tem amor por nada, mas na verdade quem fala isso é porque não tem convivência com gato", completa.
Ela lembra que durante a faculdade passou pela difícil perda de sua cachorra de estimação, Dafinie. Há pelo menos sete anos, através das aulas do curso, entendeu os problemas de saúde que a sua cadela enfrentou. O animal tinha uma doença chamada hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo e uma diabetes secundária.
"Quando a Dafinie morreu, e foi por negligência médica, eu falei para mim mesma que iria tratar todos os animais que atendessem como se fosse a Dafinie, como um pedido de desculpas para ela. Prometi que nenhum bicho iria passar por isso. O dinheiro é importante para a profissão, mas, em primeiro lugar, vem o bem-estar deles", emociona-se.
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Hoje, a veterinária é proprietária de uma clínica na Tijuca, onde oferece serviços como coleta de sangue, drenagem, ultrassonografia, radiografia, exames físicos e laboratoriais, além profissionais especializados, tais como oncologistas, cardiologistas e endocrinologistas, entre outros.
"O veterinário tem que ser muito paciente, porque, além de lidar com o animal, a gente lida com gente. Muitas pessoas têm o animal como família, porque às vezes a própria família não está presente. Então elas vêm ao consultório apenas para conversar", conta
"A gente tem que ter muito amor, porque atender um ser que não fala e ter que entender pelas expressões, em como ele está se comportando, o que de fato está sentindo, tem que ser uma pessoa muito espiritualizada, um coração muito bom e sensibilidade muito grande", conclui.
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Projeto do Sebrae
O Sebrae Rio possui um projeto voltado para microempreendedores, microempresas e empresas de pequeno porte do mercado pet. Em sua terceira edição e contando com a participação de cerca de 50 negócios neste ano, o projeto oferece capacitações, consultorias e ações de mercado, contribuindo para sua organização, aumento de clientes, faturamento, otimização dos recursos, inovação e redução de custos.
"Vários profissionais hoje que são ligados diretamente à prestação de serviços dentro de uma clínica ou pet shop são normalmente MEI. A gente tem um perfil amplo, e a pandemia também influenciou muito nisso, porque junta a necessidade de emprego com pessoas que gostam dos animais", explica a analista do Sebrae Rio Poliana Valente.
Ela esclarece que o projeto tem como objetivo tornar "os pequenos negócios competitivos, inovadores e com condições de se sustentar em meio a grande concorrência", estimulando também os novos modelos de negócios.
"Têm participando do projeto uma empresa exclusiva para deslocamento de animais, clínicas com a parte de terapias alternativas, adestramentos, hotéis e farmácia de manipulação para a parte de veterinária. Então a gente começa a perceber que não é só o público mais tradicional que conhece do mercado pet está enxergando o Sebrae como um apoiador, mas também como um lugar que consegue entender outros modelos", comemora.
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"A gente não só faz a conexão entre eles, mas também na divulgação e no estímulo de pensar conforme a necessidade da nossa cidade ,que acaba tendo outros modelos de negócio dentro do mesmo mercado", ressalta a analista.
O projeto é composto por palestras, ações de network, mercado, conexões com empresas de tecnologia, além de outros modelos de negócios que não estão no projeto, mas que são startups. Também conta com oficinas que são ligadas a gestão dos negócios, como finanças, marketing, atendimento ao cliente, transformação digital e consultorias personalizadas e individualizadas.
"A gente trabalha no coletivo, promove essa temática, mas também tem especialistas trabalhando exclusivamente dentro da necessidade e possibilidade de estratégia além dessas temáticas", pondera Valente.
Para quem estiver interessado em acompanhar e participar, o Sebrae costuma liberar o edital com vagas e conteúdos entre dezembro e janeiro de cada ano. Podem participar MEI, microempresas e empresas de pequeno porte que estão legalmente constituídas com sede ou filial na cidade do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense, que exercem atividade relacionadas ao mercado pet, exceto adoção de animais domésticos e atividades de criação de animais para venda.
"A ideia é que em fevereiro e março do ano que vem a gente já comece a trabalhar essa trilha junto às empresas, para que a gente tenha um tempo bacana para executar", finaliza a analista do Sebrae.
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