Expectativa do mercado para a inflação deste ano foi elevada pela sétima semana consecutiva Reprodução
A mediana das projeções dos analistas para 2024 passou de 3,96% para 3,98%. Um mês antes, era de 3,86%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção subiu pela oitava semana seguida e passou de 3,80% para 3,85%, ante 3,75% de um mês atrás.
Considerando as 96 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 avançou ainda mais, passando de 3,96% para 4,01%. Para 2025, a projeção passou de 3,83% para 3,86%, considerando 92 atualizações no período.
Para 2026, a projeção seguiu em 3,60% ante 3,58% de um mês atrás O governo já sinalizou a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos, mas ainda não publicou o decreto para regulamentar a meta contínua.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Copom divulgou na semana passada a projeção de 4,0% para o IPCA de 2024, depois de o indicador ter ficado em 3,8% na reunião de maio. Para 2025, a projeção também subiu, para 3,4%. O colegiado ainda apresentou um cenário alternativo — com a Selic constante ao longo do horizonte relevante — com projeção de IPCA em 4,0% para 2024 e de 3,1% para 2025.
Projeção suavizada
Os economistas do mercado financeiro revisaram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana de 3,61% para 3,58%, de 3,65% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição à meta atual, que segue o ano calendário. O centro da meta é 3% em 2024, 2025 e 2026.
No começo de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o decreto da meta contínua seria conhecido até o fim deste mês. A informação havia sido adiantada ao Broadcast pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.
Curto prazo
Os economistas de mercado revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório Focus. A mediana para junho de 2024 passou de 0,31% para 0,32%. Há um mês, a projeção era de 0,20%. Para o IPCA de julho, a estimativa passou de 0,14% para 0,15%, de 0,12% um mês antes. Já para agosto, a previsão para o indicador seguiu em 0,10%, de 0,13% um mês antes.
Para 2025 o documento manteve a estimativa de crescimento do PIB em de 2,00%, como já está há 28 semanas. Considerando as 49 respostas nos últimos cinco dias úteis, porém, a estimativa para o PIB de 2025 passou de 2,00% para 1,97%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 46ª semana consecutiva. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 48 semanas.
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,5%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
O Copom decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano na reunião da semana passada. Após o racha de maio e apesar da pressão do governo, o colegiado optou por uma decisão unânime para manter política monetária mais restritiva, sem alterar o balanço de riscos, mas oferecendo um cenário alternativo de projeções de inflação considerando a manutenção dos juros neste patamar ao longo de todo o horizonte relevante.
Ao justificar a decisão, o BC disse que a opção por interromper o ciclo de queda de juros se deu pelas incertezas no cenário global e por um cenário doméstico marcado pela resiliência na atividade, elevação de projeções de inflação e expectativas desancoradas. Por isso, a política monetária se manterá contracionista o tempo necessário para garantir a convergência da inflação à meta e também a ancoragem das expectativas.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 seguiu em 9,50%, ante 9,00% de um mês atrás. Considerando apenas as 69 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 também continuou em 9,50%.
Para 2026, a projeção seguiu em 9,00%, como já estava também há seis semanas. Para 2027, a estimativa também foi mantida em 9,00%, como já está há cinco semanas.
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