Ministro da Fazenda, Fernando Haddad Tânia Rêgo/Agência Brasil
Há interesse do Brasil e EUA em envolver setor privado para estimular matriz limpa, diz Haddad
No G20, ministro da Fazenda afirma que os dois países comungam dos esforços para dar mais destaque às questões climáticas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 26, que há interesse comum de Brasil e Estados Unidos em envolver o setor privado para estimular investimentos em matriz limpa de energia.
Em pronunciamento ao lado da secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, Haddad afirmou que, no contexto atual, de tensões geopolíticas, a aproximação com os EUA é fundamental. Ele disse que os dois países comungam dos esforços para dar mais destaque às questões climáticas.
Yellen, por sua vez, informou que os dois países estão anunciando em conjunto uma parceria para o clima e disse que os objetivos são ambiciosos. "Estamos buscando um trabalho ambicioso sobre clima, tema levado para o topo das discussões internacionais pelo Brasil", disse Yellen.
Haddad e Yellen participam, nesta sexta-feira, do último dia de reuniões da trilha financeira do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), no Rio de Janeiro.
Apreço recíproco
Em uma troca de afagos diplomáticos que durou 10 minutos sem abertura a perguntas de jornalistas, Haddad disse que Janet Yellen vem dando demonstrações de apreço pelo Brasil, o que seria recíproco por parte do governo brasileiro.
Ele lembrou que os dois países são as duas maiores economias ocidentais e disse ser "uma honra" ter encontrado a secretária do Tesouro americano "algumas vezes" nos últimos 18 meses. "A agenda com os EUA é ampla e pode integrar mais o nosso continente. Queremos estar mais próximos e dar exemplo de cooperação internacional", disse o ministro.
Em que pese a convergência sobre assuntos climáticos entre os governos Lula e Biden, em outros temas em discussão no G20, como uma eventual tributação internacional de super ricos, os dois países divergem sobre a formalização de um acordo internacional, o que Yellen definiu na quinta-feira, 25, como ainda "desnecessário ou indesejado".
Já o Brasil chegou a sugerir taxar grandes fortunas em 2% e direcionar parte dessa arrecadação global para esforços de combate às mudanças climáticas, sobretudo em países pobres - o que não deve ir à frente. Um documento conjunto sobre o assunto, que defende justiça tributária no mundo e cujo teor foi adiantado pelo Estadão/Broadcast, será divulgado nesta sexta.
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