Mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 passou de 4,05% para 4,10%Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Considerando as 107 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o IPCA de 2024 passou de 4,07% para 4,08%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 subiu de 3,96% para 3,98%, tomando como base as 107 projeções atualizadas no período.
A partir do ano que vem, a meta de inflação passa a ser contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima do teto ou abaixo do piso por seis meses consecutivos, vai se considerar que o alvo foi perdido.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que o centro da meta continuará em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O alvo e a banda poderão ser alterados pelo colegiado, com base em uma proposta do ministro da Fazenda e antecedência mínima de 36 meses para sua aplicação.
Nos horizontes mais longos, a mediana do Focus para o IPCA de 2026 continuou em 3,60% pela oitava semana consecutiva. A estimativa intermediária para 2027 ficou em 3,50% pela 56ª semana seguida.
As projeções mais recentes do Banco Central indicam IPCA de 4% este ano, 3,4% em 2025 e 3,2% em 2026, considerando o cenário de referência com dólar em R$ 5,30, evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC), e a trajetória de juros extraída do próprio Focus.
Em um cenário alternativo, no qual a taxa Selic permanece em 10,5% até o fim de 2025, o BC calculou que a inflação seria de 4% este ano e 3,1% no próximo, apenas 0,1 ponto porcentual acima do centro da meta.
Projeção suavizada
A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada dos próximos 12 meses passou de 3,74% para 3,72%. Um mês atrás, a taxa era de 3,61%. Essa medida deve ganhar importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025.
O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, será considerado que o Banco Central descumpriu o alvo.
A meta continua tendo como centro 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Ela pode ser alterada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), por iniciativa do ministro da Fazenda, mas é necessário aguardar um prazo de 36 meses para que uma mudança tenha efeito.
Curto prazo
A mediana do relatório Focus para o IPCA de julho passou de 0,28% para 0,32%. Um mês atrás, era de 0,18%. A estimativa intermediária para o IPCA de agosto passou de 0,15% para 0,12%, contra 0,10% quatro semanas antes. A mediana para o IPCA de setembro seguiu em 0,20%. Um mês antes, ela era de 0,20%.
A estimativa intermediária para o PIB de 2025 passou de 1,93% para 1,94%. Levando em conta apenas as 56 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,92% para 1,89%.
Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estavam há 51 semanas e 53 semanas, respectivamente
O Ministério da Fazenda espera que o PIB brasileiro cresça 2,5% em 2024, conforme o mais recente Boletim Macrofiscal, divulgado em julho. O ministro Fernando Haddad, que chefia a pasta, disse que havia informações suficientes para sustentar uma mudança na estimativa, mas que pediu "parcimônia" nas revisões.
Na decisão de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve os juros em 10,5%, por unanimidade, e comunicou a "interrupção" do ciclo de cortes. Para esta semana, o mercado espera manutenção do juro básico em 10,50% ao ano.
A mediana do Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 9,50% pela sexta semana consecutiva. Considerando as 90 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária passou de 9,5% para 9,75%.
Para 2026, a projeção seguiu em 9%, como já estava também há 11 semanas. Para 2027, a estimativa também foi mantida em 9%, como já está há dez semanas.
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