Mediana do relatório para o IPCA subiu pela sexta semana consecutiva, de 4,22% para 4,25%Reprodução

As projeções dos analistas para a inflação de 2024 e para a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiram nesta semana, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 26, pelo Relatório Focus do Banco Central. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
A mediana do relatório para o IPCA de 2024 subiu pela sexta semana consecutiva, de 4,22% para 4,25%, distanciando-se ainda mais do centro da meta, de 3%. Um mês antes, era de 4,10%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 subiu de 3,91% para 3,93%. Um mês antes, ela estava em 3,96%.

Considerando apenas as 101 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do mercado para o IPCA de 2024 passou de 4,21% para 4,27%. A projeção para a inflação de 2025 passou de 3,87% para 4,00%, levando em conta apenas as 101 atualizações no período.

No último ciclo de comunicações, o Comitê de Política Monetária (Copom) informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.

O BC espera inflação de 4,2% este ano e 3,6% no ano que vem, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 12ª e 60ª semana consecutiva, respectivamente.
PIB
A mediana do relatório para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024 subiu de 2,23% para 2,43% Considerando apenas as 71 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária para o crescimento do PIB de 2024 passou de 2,30% para 2,49%.

Na última semana, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou em duas ocasiões que o PIB vem sendo revisado sistematicamente para cima e que já há projeções que superam o patamar de 2,5%. O mesmo discurso já foi feito por Roberto Campos Neto, presidente do BC.

A mediana do relatório Focus para a alta do PIB de 2025 caiu de 1,89% para 1,86%. Levando em conta só as 71 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,85% para 1,84%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 55 semanas e 57 semanas, respectivamente.

A última estimativa divulgada pelo BC, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, indicava crescimento de 2,3% para o PIB brasileiro este ano. O Ministério da Fazenda espera que o PIB brasileiro cresça 2,5% em 2024.
Selic
A mediana do relatório para a Selic no fim de 2025 se manteve em 10% ao ano, indicando um total de cortes de apenas 0,5 ponto porcentual no ano que vem. A projeção para a taxa básica de juros no fim de 2024 permaneceu em 10,5% pela décima semana consecutiva. Os analistas de mercado, no entanto, elevaram as expectativas para a Selic em 2026, subindo a projeção de 9,00% para 9,50% ao ano após 14 semanas de estabilidade.

Na semana passada, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, rechaçou a interpretação de que suas falas recentes colocaram o BC "no córner", mas repetiu que o Comitê de Política Monetária (Copom) "não hesitará" em aumentar a taxa básica de juros se for necessário.

"Na minha interpretação, posição difícil para o BC não é ter de subir juros. Posição difícil é inflação fora da meta, que é uma situação desconfortável. Subir juros é uma situação cotidiana para quem está no BC", afirmou ele, durante evento promovido pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Considerando apenas as 86 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 10,5%. A estimativa intermediária para os juros no fim de 2025 se manteve em 10%, também incorporando apenas as 86 atualizações da semana passada. O mercado manteve o consenso de que os juros encerrarão 2027 em 9%, projeção das últimas 14 semanas.