Azul vem negociando uma possível fusão com a GolAirbus/Divulgação

São Paulo - A companhia aérea Azul anunciou ontem que fechou um acordo com os detentores de títulos de sua dívida no exterior (bondholders) para aliviar sua situação financeira. Pelo acordo, os credores da companhia concordaram em fornecer à empresa créditos de até US$ 500 milhões, que serão convertidos em nova dívida que terá garantias prioritárias.
Desse total, US$ 150 milhões seriam liberados à companhia ainda esta semana, e outros US$ 250 milhões antes do final do ano, com a possibilidade de desbloqueio de US$ 100 milhões adicionais.
Esse novo "empréstimo" era uma exigência de outro acordo firmado no início do mês pela Azul com arrendadores e fabricantes de aeronaves, pelo qual a companhia se comprometeu a reduzir em cerca de US$ 550 milhões (R$ 3,1 bilhões) suas dívidas com essas empresas. A Azul ainda transferiu a elas uma participação acionária de 20% em seu capital.
Em fato relevante enviado ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul destacou que o acordo "fortalece consideravelmente sua liquidez e posição financeira e cristaliza o acordo previamente anunciado com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) para eliminar as obrigações de equity em troca de 100 milhões ações preferenciais da empresa".
A operação com os bondholders, ainda segundo o fato relevante, prevê acordos para melhorar o fluxo de caixa da Azul em mais de US$ 150 milhões, reduzindo certas obrigações com arrendadores e fabricantes nos próximos 18 meses.
Fusão
Além da equalização de suas dívidas, a Azul também vem negociando uma possível fusão com a Gol. Há duas semanas, a empresa informou em fato relevante enviado à CVM que a negociação com os credores não afetava o andamento das conversas que vinha mantendo com a Abra, a controladora da Gol, para explorar eventuais oportunidades de negócios, além do acordo de cooperação comercial por meio de um codeshare (compartilhamento de voos). A manifestação foi feita em resposta a questionamento da Bolsa de Valores (B3) sobre rumores de fusão das duas companhias.
As ações da Azul fecharam o dia com alta de 13,99% ontem na Bolsa.