Deputada Gleisi HoffmannJoédson Alves / Agência Brasil

Brasília - A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que "há preocupações" no partido em relação às mudanças nas regras de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), propostas no pacote fiscal do Ministério da Fazenda. As declarações ocorreram neste sábado, 7, após uma reunião fechada do diretório nacional do PT, em Brasília (DF), onde a cúpula realizou a votação da nova resolução política da legenda.

Na ocasião, Gleisi disse que as medidas relacionadas ao BPC devem combater fraudes, em vez de retirar direitos constitucionais. Segundo ela, a bancada petista no Congresso Nacional deve se reunir para discutir sobre o tema nos próximos dias.

"Nós vamos começar a fazer o debate esta semana com a bancada, né? Mas há preocupações, sim, em relação, principalmente, ao BPC Então, várias pessoas colocaram essa preocupação. É importante que as medidas em relação ao BPC sejam medidas para corrigir fraudes, desvios, mas não retirada de direitos previstos na Constituição", declarou.

Segundo ela, o partido deve incluir algum trecho sobre o BPC na resolução política, mas, no momento da entrevista a jornalistas, o diretório ainda debatia a questão. "Deve estar (no documento), nós vamos debater agora aí, nas emendas", declarou.
Diretório do PT considera pressões, realizações e tentativa de golpe
A presidente do PT também comentou os destaques da resolução política aprovada pelo Diretório Nacional do partido neste sábado. O texto base, segundo Gleisi, passa por análise de conjuntura, pressões do mercado financeiro, realizações do governo Lula e sobre a tentativa de golpe de estado.

"A nossa linha (no texto da resolução) é a punição aos golpistas. Isso tem que acontecer. Sem anistia. Dando apoio à nossa proposta, que já foi apresentada à Câmara, de arquivamento do projeto de anistia. Isso está bem claro na resolução", disse a presidente do PT a jornalistas.

Sobre as pressões do mercado financeiro à atual gestão, Gleisi afirmou que o Diretório considera não estar havendo a devida resposta mesmo diante de iniciativas do governo. "Mesmo apresentando medidas para contenção do crescimento de despesa. Não se sacia, quer mais."

Ressaltou ainda que o texto "reafirma a defesa dos direitos do povo brasileiro", com destaque para "as conquistas na Constituição". "Falamos de algumas bandeiras. A redução da escala 6x1. Falamos sobre a questão das bets, que é algo que nos preocupa muito também. Falamos da questão do transporte público. Reafirmamos nosso compromisso com a tarifa zero do transporte público", acrescentou.

O texto, antes das emendas, que ainda estão em discussão, terá dez páginas. A divulgação deve ocorrer ainda neste fim de semana