Décio Lima diz que alta da Selic torna mais difícil o ambiente de negócios para o pequeno empreendedorSebrae/Divulgação
Aumento da Selic preocupa pequenos negócios
Presidente do Sebrae critica a decisão do Copom e diz que elevação da taxa impacta microempreendedores
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros (Selic) de 11,25% para 12,25% ao ano. A decisão, confirmada nesta quarta-feira, 11, vai na contramão de outros indicadores positivos da economia brasileira, como a alta na geração de empregos no Brasil, o aumento da expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para este ano e o mais recente resultado do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que recuou para 0,83% na primeira prévia de dezembro, após alta de 0,99% no mês de novembro. “Isso influencia as decisões de consumo da população, além de impactar os investimentos das empresas, principalmente dos pequenos negócios”, argumenta o presidente do Sebrae, Décio Lima.
Esse já é o terceiro aumento consecutivo da Selic. A taxa retornou ao nível de dezembro do ano passado, quando estava em 12,25% ao ano. As alterações na taxa básica de juros impactam diretamente os custos de empréstimos e financiamentos. “Uma economia não é feita só de números, mas de comportamento. É preciso prestar muita atenção aos sinais do mercado, no aquecimento das vendas e na queda do preço de produtos e serviços para fazer uma decisão justa para a população brasileira”, avalia o dirigente.
Peso no bolso
De acordo com levantamento do Sebrae, com base em dados do Banco Central, a taxa de juros em empréstimo para um microempreendedor individual (MEI) fica, na média nacional, mais que quatro vezes maior que a Selic. No caso dos MEI da Região Nordeste, esse valor chega até 51% ao ano.
O Sebrae tem atuado junto ao governo federal, no Programa Acredita, para ampliar o acesso das micro e pequenas empresas a crédito. Por meio do Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe), cerca de 30 instituições bancárias estão aptas a ofertar os recursos. Nos próximos três anos, estão previstas o aval de R$ 30 bilhões em operações de crédito.
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