IPCA de 2025 subiu pela 13ª semana consecutiva, de 4,99% para 5,0%Agência Brasil

A projeção dos analistas para a inflação de 2025 foi revista para cima, enquanto a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano foi mantida, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 13, pelo Relatório Focus do Banco Central. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
A mediana das previsões do mercado financeiro do relatório Focus do Banco Central para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 subiu pela 13ª semana consecutiva, de 4,99% para 5,0%, o que significa 0,5 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 4,60%. Considerando apenas as 51 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária passou de 4,99% para 5,14%.

Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de 2024 foi de 4,83%, acima do teto da meta, de 4,50%. Foi a oitava vez que o Banco Central descumpriu o alvo desde o início do regime de metas, em 1999.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou em uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o forte crescimento da economia, a depreciação cambial e os fatores climáticos explicam o descumprimento da meta no ano passado. As projeções da autarquia indicam uma lenta queda da inflação, que deve permanecer acima do teto até o terceiro trimestre.

A partir de 2025, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu de 4,03% para 4,05%, a terceira alta seguida. Um mês atrás, estava em 4,0%. Considerando apenas as 50 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção ficou estável em 4,0%.

A estimativa intermediária para a inflação de 2027 permaneceu em 3,90%, contra 3,66% quatro semanas atrás. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,50% para 3,56%, ante 3,50% um mês antes.

O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária O colegiado espera um IPCA de 4,0% nos quatro trimestres fechados nesse período, no cenário com a taxa Selic do Focus (de 6 de dezembro) e dólar começando em R$ 5,95 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).

Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2025 em 4,50% e desacelere a 3,60% em 2026.
PIB
A mediana das projeções do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 ficou estável em 2,02%. Um mês antes, era de 2,01%. Considerando apenas as 31 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, permaneceu em 2,06%.

A estimativa intermediária para 2026 continuou indicando crescimento de 1,80%. Um mês antes, era de 2,0%. Levando em conta apenas as 30 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 2,0% para 1,85%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 se manteve em 2,0%, como já está há 77 semanas. A estimativa intermediária para 2028 continuou indicando alta de 2,0% para a atividade econômica, estável há 44 semanas.

O Banco Central espera que a economia brasileira tenha crescido 3,50% em 2024 e cresça 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Selic
A mediana das estimativas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a Selic no fim de 2025 ficou estável em 15,0%. Um mês atrás, estava em 14,0%. Na sua última reunião, de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica para 12,25% ao ano e sinalizou mais duas elevações de 1 ponto porcentual cada, que levariam os juros a 14,25% em março.

Considerando apenas as 41 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 continuou em 15,0%.

A mediana para os juros no fim de 2026 se manteve em 12,0%. Um mês atrás, era de 11,0%. A projeção para o fim de 2027 aumentou de 10,0% para 10,25%, enquanto a estimativa para 2028 se manteve estável, em 10,0%.

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central reforçou o cenário de deterioração da inflação e firmou a percepção do mercado de que será preciso uma taxa de juros rodando acima de 13,75% - estimativa adotada como pico do juro básico no cenário de referência do RTI - para a convergência da inflação à meta de 3%.
Dólar
A mediana das projeções do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a cotação do dólar no fim de 2025 se estabilizou em R$ 6,0. Um mês antes, era de R$ 5,85. A estimativa para 2026 subiu de R$ 5,90 para R$ 6,0 e, para 2027, de R$ 5,80 para R$ 5,82. Para 2028, avançou de R$ 5,80 para R$ 5,88.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
A mediana das projeções do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Central para a cotação do dólar no fim de 2025 se estabilizou em R$ 6,0. Um mês antes, era de R$ 5,85. A estimativa para 2026 subiu de R$ 5,90 para R$ 6,0 e, para 2027, de R$ 5,80 para R$ 5,82. Para 2028, avançou de R$ 5,80 para R$ 5,88.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.