Robinson Barreirinhas frisou que proposta de isenção do IR não causará prejuízos a estados e municípiosMarcelo Camargo/Agência Brasil
Projeto do IR não deve enfrentar dificuldades de aprovação no Congresso, afirma Barreirinhas
Secretário da Receita Federal lembrou que tabela do Imposto de Renda ficou congelada por oito anos
São Paulo - O secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, afirmou nesta quarta-feira, 19, que o projeto para ampliar a faixa da isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para R$ 5 mil não deve enfrentar dificuldade de aprovação no Congresso. Segundo ele, a medida é de "justiça social" e "sustentável fiscalmente". As declarações ocorreram em entrevista à CNN Brasil.
A proposta, assinada pelo governo na terça-feira, 18, prevê também um desconto no tributo pago em ganhos salariais entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. A medida deve ter uma perda fiscal de R$ 25,84 bilhões em 2026.
Para compensar, o governo quer atribuir uma alíquota mínima do IR para famílias com renda superior a R$ 50 mil por mês, o que poderá gerar uma arrecadação de R$ 34,12 bilhões.
"Historicamente, o Imposto de Renda no Brasil onera pesadamente a renda do trabalho e é mais leve para renda do capital", avaliou Barreirinhas, ressaltando que a proposta não estabelece a criação de um novo imposto. "Estamos pedindo que as pessoas de alta renda paguem um patamar mínimo", disse.
Nesse cenário, para o secretário, a medida é de "justiça social" e, por isso, ele vê que não haverá dificuldades de aprovação no Parlamento. "Claro que o Congresso Nacional é soberano, deve fazer propostas, discussões no sentido de aprimoramento, mas não acredito que vai haver dificuldade na aprovação."
Barreirinhas disse ainda que a medida compensatória, o tributo para os ricos, serve também para os estados. O secretário lembrou que a tabela do IR ficou congelada por oito anos e, segundo ele, "os estados ganharam muito" nesse período.
Além disso, o chefe da Receita afirmou que a retirada do imposto para o trabalhador serve como um "14º salário" ou "renda extra", o que irá impulsionar o consumo e, consequentemente, se reverterá arrecadação de ICMS para os estados e de ISS aos municípios. "Então, esse aquecimento da economia por conta desse valor injetado muito mais do que compensa qualquer suposta perda de estados e municípios."
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.